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Amazonas

Familiares de pacientes relatam atraso na distribuição de remédios na Central de Medicamentos do Amazonas

A falta de produtos na Cema ocorre no momento em que o Amazonas fechou os cinco primeiros meses de 2022 com uma receita de R$ 12 bilhões, 28% maior do que a registrada no mesmo período de 2021

Foto: Divulgação

Familiares de pacientes com comorbidades graves relataram, nesta quarta-feira (01/05), que estão tendo dificuldades para obter insumos, suplementos e equipamentos medicinais na Central de Medicamentos do Amazonas (Cema). Segundo os relatos, há filas de espera todos os dias e faltam, inclusive, fraldas geriátricas.

A dona de casa Lana Rocha, que cuida do pai de 82 anos vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC), disse que há aproximadamente seis meses pessoas da família se revezam para comprar com recursos próprios fraldas geriátricas, equipamentos e até alimentação especial. “Em abril, passei 30 dias sem fralda. Meu pai, acamado, diabético e hipertenso, precisou e não tinha fralda aqui”, disse, ressaltando que nesta quarta foi informada que não tinha equipamento para a alimentação enteral.

“Então, vamos ter que racionar o equipo, porque não consegui pegar na Cema. Estava em falta, foi o que justificaram sem dar previsão de data. E, agora, vamos ter de racionar, correndo o risco de causar uma infecção para o meu pai, pois o equipo tem de ser trocado todos os dias. Um custa R$ 5, e como vamos custear se meu pai recebe uma aposentadoria de menos de um salário-mínimo? Se eu vou na Cema pegar o insumo, é porque minha família não tem condições”, afirmou Lana Rocha.

José Carlos Santos disse que foi à Cema nesta quarta-feira em busca de fraldas do tamanho M para a sua sogra. Segundo ele, há um mês a família tem custeado o insumo com recurso próprio. “Desde o dia 3 de maio para pegar fralda e não tinha. Há 30 dias a gente está sem fralda. A família bancando, porque ninguém tem dinheiro. A fralda M, cujo pacote é 18 reais, com 8 fraldas. Temos de comprar 128 fraldas para a minha sogra”, disse.

No último dia 17 de maio, o governador Wilson Lima (UB) nomeou Francisco Daniel de Oliveira Sena novo coordenador da Cema. O posto estava vago há cerca de um ano, desde o afastamento do empresário e farmacêutico Erike Aráujo, em meio ao escândalo do desvio de mais de 3 mil testes de Covid-19 que seriam vendidos em farmácias e laboratórios de Boa Vista, segundo a Polícia Civil de Roraima.

A falta de produtos na Cema ocorre no momento em que o Amazonas fechou os cinco primeiros meses de 2022 com uma receita de R$ 12 bilhões, 28% maior do que a receita registrada no mesmo período de 2021, de R$ 9,3 bilhões, de acordo com dados do Portal da Transparência do Estado, desta quarta-feira (01/06). Em cinco meses, a receita do Estado já é mais da metade da inicialmente prevista para o ano inteiro, de R$ 23,6 bilhões.

Mais dinheiro: em 5 meses, receitas do Amazonas já somam metade do previsto para 2022


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