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Amazonas

Setor de serviços no Amazonas tem crescimento de 1,1% em março, e fica abaixo da média nacional

Todas as cinco atividades investigadas pela pesquisa apresentaram crescimento em março. O destaque foi o segmento de transportes.

O volume do setor de serviços no Amazonas cresceu 1,1% na passagem de fevereiro para março deste ano. O dado fica abaixo da média nacional que avançou 1,7% no mesmo período, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados nesta quinta-feira (dia 12) pelo IBGE.

Em relação aos dados comparativos do mês de março deste ano com o ano anterior , o volume de serviços no Amazonas ficou 0,2% acima da média nacional, com 11,6%, enquanto a média nacional  em 2021 pontuou 11,4%.


Resultados nacionais

Com o resultado, o setor nacional recupera a perda de 1,8% de janeiro, alcança o maior nível desde maio de 2015 e fica 7,2% acima do patamar pré-pandemia.

O resultado nacional veio acima do esperado pelo mercado. Economistas ouvidos pela Reuters esperavam alta de 0,7%.

Transporte rodoviário de cargas puxa alta

Todas as cinco atividades investigadas pela pesquisa apresentaram crescimento em março. O destaque foi o segmento de transportes, que cresceu 2,7%, avançando pelo quinto mês consecutivo.

— Dentre os setores que mais influenciaram a alta dessa atividade está o rodoviário de cargas, especialmente o vinculado ao comércio eletrônico e ao agronegócio. É a principal modalidade de transporte de carga pelas cidades brasileiras e seu uso ficou ainda mais acentuado após os meses mais cruciais da pandemia — explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Outra influência foi o transporte aéreo de passageiro, complementa Lobo:

— Não só por conta do aumento do fluxo de passageiros, o que gerou maiores receitas das companhias aéreas, mas também porque foi ajudado pela queda do preço das passagens aéreas observadas no mês de março.

Com o avanço deste mês, os transportes como um todo estão 18% acima do patamar pré-pandemia e atingiram o maior nível da série histórica, iniciada em janeiro de 2011.

O segmento que exerceu a segunda maior influência positiva sobre o índice de março foi o de serviços de informação e comunicação, com alta de 1,7%. Isso porque houve um crescimento das receitas de empresas de portais, provedores de conteúdo, desenvolvimento e licenciamento de softwares e consultoria em tecnologia da informação.

Serviços prestados às famílias ainda amargam perdas

Os serviços profissionais, administrativos e complementares também cresceram em abril, com alta de 1,5%. Já os serviços prestados às famílias e outros serviços apresentaram avanço de 2,4% e 1,6%, respectivamente, no período.

Entre as cinco atividades, porém, somente os serviços prestados às famílias ainda amargam perdas e não superaram o patamar pré-pandemia. O segmento tem registrado avanços por conta da retomada dos restaurantes, hotéis e serviços de bufê, mas ainda está 12% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.

— Isso ocorre por causa da magnitude de impacto que esse setor sofreu com a necessidade de isolamento social, diminuição do deslocamento das pessoas e fechamento total ou parcial dos serviços considerados não essenciais — lembra Lobo.

Influenciado pela alta de transportes aéreos, restaurantes, hotéis e serviços de bufê, o índice de atividades turísticas cresceu 4,5% em março. Ainda assim, o indicador se encontra 6,5% abaixo do patamar pré-pandemia.

Perspectivas

Analistas econômicos consideram que a perspectiva para o setor de serviços em 2022 é pouco animadora. Isso porque, passados os efeitos mais duros da Covid-19, pesa sobre o setor o cenário macroeconômico que combina inflação em dois dígitos, juros em alta e desemprego ainda elevado.

O Índice de Confiança de Serviços (ICS), do FGV IBRE, subiu 4,0 pontos em abril, para 96,2 pontos influenciado pelo segmento dos serviços prestados às famílias que apresentaram resposta positiva após o surto da Ômicron.

Este é o maior nível desde novembro de 2021, quando alcançou 96,8 pontos.“Para os próximos meses, ainda é possível imaginar continuidade de recuperação, dado que o setor de serviços foi o que mais sofreu ao longo da pandemia. Contudo, altas mais expressivas ainda dependem de melhora do cenário macroeconômico”, diz o economista da FGV Ibre Rodolpho Tobler, em nota.

 


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