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Amazonas

Conselho da Amazônia não define novas ações contra desmatamento após 1ª reunião do ano

Reunião do conselho teve a presença de governadores dos estados da Amazônia Legal.

Vice-presidente da República, Hamilton Mourão, preside o colegiado. (Foto/ 2020:Divulgação)

O Conselho Nacional da Amazônia Legal teve o primeiro encontro de 2022 nesta quarta-feira (11). Mesmo após mais de duas horas de reunião, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que também preside o colegiado, não apresentou novas ações do governo federal para desacelerar o ritmo do desmatamento na floresta.

Mourão conversou com jornalistas depois da reunião e citou apenas medidas que já estão sendo adotadas para combater o desmatamento ilegal na região, como a Operação Guardiões do Bioma – de responsabilidade dos ministérios do Meio Ambiente e da Justiça.

“Os diferentes ministérios apresentaram toda a gama de atividades que estão realizando principalmente na questão do desenvolvimento da Amazônia. Assim como o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Justiça expôs seu planejamento quanto ao combate aos ilícitos ambientais que ocorrem na Amazônia e que estão sob o guarda-chuva da Operação Guardiões do Bioma”, apontou o vice-presidente.

Mourão também destacou a ação da Polícia Federal na repressão dos crimes no bioma e citou que, até o momento, foram realizadas 66 operações.

Desmatamento em abril

Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgados nesta quarta-feira (11), mostram uma perda de 1.197 km² de vegetação na Amazônia em abril, 54% a mais do que o registrado no mesmo mês de 2021. Esse foi o pior abril dos últimos 15 anos, desde que o instituto iniciou o monitoramento por satélites, em 2008.

Esses números confirmam as informações apresentadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais há cinco dias. Segundo aferição do sistema Deter, os alertas de desmatamento na Amazônia passaram de 1 mil km² em abril e bateram recorde para o período.

Desta vez, a reunião contou com a presença dos governadores da Amazônia Legal. Até então, por conta de decretos editados pela Presidência da República, em 2020, os gestores tinham sido excluídos do conselho. No entanto, uma decisão do Supremo Tribunal Federal em abril determinou a retomada da participação dos governadores no colegiado.

Os cinco estados com maior área sob alertas de desmatamento em abril foram:

Amazonas – 346.89 km²
Pará – 241.92 km²
Mato Grosso – 286.68 km²
Rondônia – 107.86 km²

Garimpo em terras yanomamis

Questionado sobre as ameaças que os indígenas yanomamis e ONGs ambientais vêm enfrentando nos últimos meses, Mourão respondeu que os números de garimpeiros na região são “fantasiosos”:

“Existem alguns dados que, muitas vezes, são fantasiados, como aquela história de que tem 20 garimpeiros lá dentro, não é? A nossa avaliação é que temos na faixa de 3 mil, que já é extremamente fora daquilo que se destina à terra indígena.”

A Terra Yanomami é a maior reserva indígena do país em extensão territorial e há décadas é alvo de exploradores ilegais que buscam ouro, cassiterita e outros minérios.

A Hutukara Associação Yanomami (HAY) estima que, atualmente, há 20 mil garimpeiros explorando ilegalmente a região.

Segundo o relatório “Yanomami sob ataque”, divulgado em abril pela HAY, o garimpo ilegal avançou 46% na região no ano passado, a maior devastação da história desde a demarcação e homologação do território há quase 30 anos.

Em 2021, a degradação chegou à marca de 3.272 hectares, frente aos 2.234 hectares de 2020 — 1.038 hectares a mais em um ano.

A informação é do g1.


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