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Amazonas

Crise na Argentina derruba exportações do Polo de motocicletas de Manaus

A expectativa da Abraciclo é que as exportações totais de motos para todos os mercados externos somem 34.000 unidades, queda de 40,5% ante 2018.

O presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Fermanian, informou ao jornal O Globo que o segmento foi bastante afetado pela crise econômica na Argentina. De acordo com Fermanian, este ano, a expectativa é que as exportações totais de motos para todos os mercados externos somem 34.000 unidades, queda de 40,5% ante 2018. Para o próximo ano, o volume exportado deverá atingir 30.000 unidades, recuo de 11,8% em relação ao previsto para 2019.

“A Argentina representa o principal mercado para as motocicletas produzidas no Polo Industrial de Manaus. De janeiro a outubro, foram embarcadas 15.054 unidades para o país vizinho, ou 47,1% do total exportado. A crise argentina impacta diretamente nossos negócios. Por isso, estamos buscando outros mercados na América Latina”, afirmou Fermanian.

Exportações do setor, segunda a Abraciclo:

De acordo com o jornal, a crise na Argentina derrubou as exportações brasileiras para o país, dificultando a recuperação da indústria nacional. Pela primeira vez em 16 anos, o Brasil terá déficit comercial com o vizinho, que enfrenta forte recessão. O desempenho contamina as vendas para o Mercosul e demais países da região, destino de boa parte dos manufaturados brasileiros. Nos dez primeiros meses do ano, as exportações para a América do Sul caíram 23%. Os segmentos de automóveis, autopeças e calçados estão entre os mais afetados.

Na Argentina, o cenário é agravado pelas incertezas sobre como será o relacionamento entre os presidentes brasileiro, Jair Bolsonaro, e argentino, Alberto Fernández, que toma posse no próximo dia 10. Dados do Ministério da Economia mostram que, de janeiro a outubro deste ano, o saldo comercial com o país vizinho está negativo em US$ 621,8 milhões, e poderá chegar a US$ 1 bilhão, segundo estimativa da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). A virada é grande, levando em conta que o Brasil teve superávit de US$ 3,861 bilhões em 2018.

Considerando os quatro parceiros do Mercosul, as exportações brasileiras recuaram 33,46% entre janeiro e outubro, na comparação com igual período de 2018. A queda nas vendas também é verificada em outros mercados sul-americanos. Apenas Peru e Colômbia registraram leve crescimento. O temor é que a fragilidade das exportações para a região se agrave com a turbulência econômica e política que se instalou em alguns vizinhos, como Chile, Bolívia e, mais recentemente, Colômbia.


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