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Economia

Real e Ibovespa têm segunda maior valorização entre 120 países do mundo neste ano

Mercado brasileiro é beneficiado por um forte fluxo de investimento estrangeiro desde o início do ano.

Real ficou atrás apenas do Kwanza, moeda da Angola, que valorizou 24,4%, diz a pesquisa. (Foto:Marcelo Casal AGB)

O real teve uma valorização de 17,8% em relação ao dólar no primeiro trimestre de 2022, a segunda maior dentre 120 países, enquanto o Ibovespa avançou 34,6%, com o segundo melhor desempenho dentre 79 bolsas, segundo um levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating feito a pedido do CNN Brasil Business.

A moeda norte-americana já opera na casa dos R$ 4,66 em relação ao real, segundo fechamento da sexta-feira (1º), se distanciando da casa dos R$ 5 ultrapassada em 2020.

O desempenho do real supera a média dos países emergentes, de valorização de 5,06% ante o dólar, assim como do grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que teve recuo de 1,01%. A média geral dos 120 países é de desvalorização de 1,14%.

Com isso, a moeda ficou atrás apenas do Kwanza, moeda da Angola, que valorizou 24,4% devido a elementos semelhantes aos da alta do real, em especial um fluxo de investimento estrangeiro que busca grandes produtores de commodities, cujos preços dispararam.

Não à toa, as dez moedas de melhor desempenho são de países fortemente ligados a esses produtos, principalmente na África e América Latina.

Já as moedas de pior desempenho são as de países que passam por instabilidades políticas, sociais ou econômicas, afastando investidores. É o caso da lira turca (115º) e da rupia do Sri Lanka (120º), mas também do rublo da Rússia (114º, com recuo de 11,1%), do rublo de Belarus (119º, com recuo de 21,7%) e da hryvnia ucraniana (111º, queda de 7,5%).

Os três países estão envolvidos em um conflito no Leste Europeu que ocorre há mais de um mês, com as economias da Rússia e Belarus severamente impactadas por sanções de países ocidentais. Moedas de outros países europeus também tiveram desempenho ruim, já que o continente tende a ser um dos mais afetados pelo conflito.

Em relação ao Ibovespa, o principal índice da bolsa de valores ficou atrás apenas do ALSZI, da bolsa do Zimbábue, também um país relevante na produção de commodities. Lá, a alta trimestral foi de 46,5%.

As outras oito bolsas com melhor desempenho também são de países ligados a produtos básicos, em especial minerais e petróleo, caso do Chile, Qatar e Arábia Saudita.

O Sri Lanka também teve o pior desempenho entre as bolsas mundiais, com recuo de 49,8%. Em segundo lugar vem a Rússia, cujo índice MOEX caiu 35,9%, novamente refletindo o efeito das sanções econômicas.

Países europeus, caso da Finlândia, Suécia, Alemanha e Áustria, estão entre os piores desempenhos, por causa da guerra na Ucrânia. A China também está entre os dez piores desempenhos, com uma fuga de investimentos devido a intervenções do estado em empresas, em especial as de tecnologia e do setor imobiliário.

Nos Estados Unidos, a bolsa de Nasdaq, focada na área de tecnologia, perdeu 9,1% no trimestre (em 62º lugar), enquanto o índice Dow Jones recuou 4,6% (em 45º lugar), conforme os investidores tiram investimentos na renda variável norte-americana com o país iniciando um ciclo de alta de juros.

Fatores por trás do desempenho brasileiro

Os bons desempenhos do real e do Ibovespa refletem uma tendência de valorização iniciada neste ano, baseada em um fluxo de investimentos estrangeiros devido a alguns fatores.

Contribuindo para a moeda brasileira, a taxa de juros, hoje em 11,75%, é uma das maiores do mundo em termos reais, o que torna a renda fixa do país atrativa.

O ciclo de elevação, iniciado para combater a inflação, ainda não acabou, e o Banco Central projeta uma Selic terminal em 12,75% ao ano.

Tanto o real quanto o mercado de ações são beneficiados pela busca de investidores por grandes produtores de commodities, em meio à valorização desses produtos devido a um descompasso entre oferta e demanda com a pandemia e a guerra na Ucrânia.

 

Mais informações acesse CNN Brasil.


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