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Economia

Desemprego volta a cair no país em outubro, mas renda também recua, diz pesquisa do IBGE

Segundo IBGE, o resultado demonstra a continuidade de um processo de recuperação do mercado de trabalho, que vem ocorrendo desde julho.

As vagas que vêm sendo preenchidas são de baixos salários, segundo IBGE. (Foto: Alexandre Cassiano_O Globo)

O desemprego voltou a cair no país, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira. A taxa recuou para 12,1% no trimestre encerrado em outubro, mas ainda há 12,9 milhões de pessoas em busca de trabalho. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad)divulgado nesta terça-feira, 28.

No trimestre encerrado em julho, que serve de comparação, o índice era de 13,7%. E, em setembro, a taxa era de 12,6%.

Segundo o IBGE, a queda está relacionada ao crescimento da ocupação. No entanto, as vagas que vêm sendo preenchidas são de baixos salários, o que levou à queda generalizada da renda.

O chamado rendimento real habitual caiu 4,6% e chegou a R$ 2.449 em outubro, ante o trimestre imediatamente anterior. Na comparação com o mesmo trimestre de 2020, a queda foi de 11,1%.

Para a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, o resultado demonstra a continuidade de um processo de recuperação do mercado de trabalho, que vem ocorrendo desde julho.

“Do aumento de 3,3 milhões de pessoas na ocupação, 40% são trabalhadores com carteira assinada no setor privado. Embora o emprego com carteira no setor privado ainda esteja em um nível abaixo do que era antes da pandemia, vem traçando uma trajetória de crescimento”, explica.

Ela ressalta como fatores para a recuperação da população ocupada o processo da vacinação, que permitiu tanto a movimentação da economia, principalmente o comércio, quanto melhores condições para que os trabalhadores por conta própria voltassem a exercer suas atividades.

— Em 2021 a redução da desocupação veio muito sustentada pelo trabalho por conta própria, mas nos últimos meses a gente também observa uma expansão do emprego de carteira assinada — aponta.

Nível de ocupação aumenta

Com esse crescimento, o nível de ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, subiu para 54,6%, o maior desde o trimestre encerrado em abril do ano passado, início da pandemia.

Mesmo com o crescimento do trabalho formal, a informalidade também avança e puxa a renda do trabalhador para baixo. Já a massa de rendimento foi de R$225 bilhões e permaneceu estável frente aos dois trimestres.

“Apesar de haver um crescimento significativo da ocupação, a massa de rendimento permanece estável. Isso acontece porque o rendimento do trabalhador tem sido cada vez menor – seja porque a expansão do trabalho ocorre em ocupações de menores rendimento, seja pelo avanço da inflação nos últimos meses”, diz a coordenadora.

Os resultados da pesquisa levam em conta a reponderação realizada na Pnad Contínua. O IBGE adotou novo método de ponderação para a pesquisa, revisando toda a série histórica, iniciada em 2012.

O objetivo foi mitigar os impactos da coleta por telefone, no ano passado, por conta da pandemia de Covid-19.

A Pnad passa a considerar os totais populacionais por sexo e grupo etário com projeções populacionais baseadas em dados do Censo 2010.

A informação é do jornal O Globo.


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