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Economia

Selic a 6,25%: veja como fica a rentabilidade da poupança e de outros investimentos

Caderneta de poupança passa a ter retorno de 0,36% ao mês e de 4,38% ao ano, mas deve continuar perdendo para a inflação.

Com a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de elevar a taxa básica de juros (Selic) para 6,25% ao ano, aplicações financeiras em renda fixa passarão a render um pouco mais.

A rentabilidade da caderneta de poupança, por exemplo, passará a ser de 0,36% ao mês e de 4,38% ao ano, segundo informa a Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac). Até então, com a Selic a 5,25% ao ano, o rendimento da aplicação financeira mais popular do país estava em 0,30% ao mês e de 3,68% ao ano.

Nesta quarta-feira (22), o Banco Central decidiu elevar novamente a Selic em 1 ponto percentual, confirmando as expectativas do mercado. A expectativa dos economistas é de que a taxa Selic continue avançando nos próximos meses, e atinja 8,25% ao ano no fechamento de 2021 em meio às preocupações com uma inflação que tem ficado cada vez mais acima do teto da meta do governo para o ano, que é de 5,25%.

Simulação de aplicação de R$ 10 mil na poupança

Pela regra em vigor desde 2012, quando a Selic está abaixo de 8,5% a correção anual da caderneta de poupança é limitada a um percentual equivalente a 70% dos juros básicos mais a Taxa Referencial (TR, que está em zero desde 2017).

Veja como fica um rendimento de R$ 10 mil na poupança num prazo de 12 meses, considerando a manutenção da nova taxa de retorno, segundo simulações do diretor executivo da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira:

Antes: rendimento era de R$ 368 (totalizando R$ 10.368 ou 3,68% ao ano)
Agora: rendimento será de R$ 438 (totalizando R$ 10.438 ou 4,38% ao ano)

Vale destacar, porém, que os depósitos feitos até abril de 2012, na chamada “poupança velha”, continuam rendendo 0,50% ao mês e 6,17% ao ano (ou R$ 617 para cada R$ 10 mil aplicados).

Poupança x inflação

Mesmo rendendo mais, a poupança tende a continuar perdendo para a inflação. Já são 12 meses seguidos que a modalidade amarga uma queda no poder de compra.

Desde setembro do ano passado, a poupança vem perdendo rentabilidade em termos reais. Em agosto, o retorno em 12 meses, descontada a inflação, foi de -7,15%, segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica. Foi o pior rendimento real da poupança desde outubro de 1991, quando o poupador que deixou o dinheiro nesta modalidade perdeu -9,72% no acumulado em 1 ano.

Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,87% e a inflação oficial do país atingiu 9,68% em 12 meses. Em meio ao aumento do preço da energia e dos combustíveis, os analistas projetam uma aceleração da taxa de inflação em setembro.

Em 2021, os saques nas cadernetas de poupança já superam os depósitos em R$ 15,629 bilhões. O estoque dos valores depositados pelos brasileiros nesta modalidade de investimento, porém, ainda somava R$ 1,036 trilhão em agosto.

Como ficam os outros investimentos

A elevação da Selic tende também a melhorar a rentabilidade de outras aplicações financeiras em renda fixa, como investimentos em títulos públicos, vendidos por meio do Tesouro Direto, além de Certificado de Depósito Bancário (CDB), Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA), e debêntures incentivadas, que são títulos emitidos por empresas para financiar seus projetos e operações.

“A renda fixa tem ganhado cada vez mais espaço. Já há investimentos com rentabilidades acima de 10% ao ano na modalidade pré-fixada, algo que não era visto desde o ano de 2017”, afirma o CEO e fundador do buscador de investimentos Yubb, Bernardo Pascowitch.

Simulações do Yubb mostram que, com a Selic a 6,25%, o retorno líquido dos principais investimentos em renda fixa também deve continuar perdendo para a inflação, mas que o rendimento de diversas aplicações continuará superando o da poupança.

O levantamento do Yubb projeta as rentabilidades anualizadas (12 meses), considerando Selic a 6,25% ao ano, projeção de mercado de inflação de 8,35% ao ano e alíquota de 20% de imposto de renda a prazos de vencimento entre 181 e 360 dias.

Embora a poupança deva continuar perdendo para outras aplicações, a Anefac destaca que a modalidade mais popular do país continuará se destacando, por exemplo, frente aos fundos de renda fixa, principalmente sobre aqueles cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano.

Por serem isentos do pagamento de imposto de renda, os rendimentos da poupança podem superar também os de CDBs de grandes bancos.

“Considerando uma aplicação em CDB o investidor teria que obter uma taxa de juros de cerca de 85% do CDI para atingir o mesmo ganho obtido pela poupança nova já que as aplicações em CDB’s pagam igualmente IR de acordo com o prazo de resgate da aplicação”, alerta a Anefac.

Onde colocar o dinheiro?

Apesar da maior procura por ativos de renda fixa e da retirada de recursos observada na Bolsa, os educadores financeiros lembram que a diversificação continua sendo fundamental para maximizar os retornos dos investimentos no longo prazo.

“O momento atual tem trazido boas oportunidades em renda fixa e vale a pena aproveitá-las. Talvez reduzir a posição em renda variável para surfar o movimento da alta dos juros. Entretanto, isso não deve implicar na venda total dos ativos de renda variável”, diz Pascowitch.
Levantamento do Yubb mostra que os investimentos mais buscados neste mês são, pela ordem: CDBs, Tesouro Direto, fundos multimercado e fundos de ações.

Investimentos mais buscados em setembro:

CDBs
Tesouro Direto
Fundos multimercado
Fundos de ações
Criptoativos
LCI/LCA
Ações livres
LC/RDB
Fundos imobiliários (FIIs)
Fundos de índice (ETFs)

Fonte: Levantamento Yubb, consideradas as buscas entre 1 e 21 de setembro.

As informações são do G1.


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