Brasil
Entidades do agronegócio brasileiro decidem publicar manifesto pela democracia no País
Após reunião, signatários do documento resolveram marcar posição diante da suspensão do manifesto que seria encabeçado pela Fiesp.
Sete entidades que representam segmentos do agronegócio voltaram atrás na decisão de suspender um manifesto em defesa da democracia e publicaram o documento nesta segunda-feira (30/8). Diretores das entidades signatárias se reuniram nesta tarde e chegaram à conclusão de que era preciso marcar um posicionamento após a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) suspender a publicação do manifesto em que vários setores econômicos defenderiam a manutenção da estabilidade institucional.
Assinam o documento a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), a Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma), a CropLife Brasil, a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).
Os representantes do agronegócio haviam cancelado a publicação da carta após o anúncio feito pela Fiesp, mas decidiram rever o posicionamento por considerarem a atitude da federação uma “vergonha”. O documento assinado por diversos setores econômicos seria divulgado nos jornais de terça-feira (31/8), e várias das entidades envolvidas no manifesto do agronegócio eram signatárias da nota que foi cancelada.
No documento, as entidades do agronegócio manifestam “preocupação com os atuais desafios à harmonia político-institucional e, como consequência, à estabilidade econômica e social em nosso país”. “Em nome de nossos setores, cumprimos o dever de nos juntar a muitas outras vozes responsáveis, em chamamento a que nossas lideranças se mostrem à altura do Brasil e de sua História”, diz a carta.
As entidades afirmam que a Constituição trouxe “conquistas e avanços dos quais podemos nos orgulhar” e que o Brasil só alcançará o desenvolvimento econômico e social com “paz e tranquilidade”. “As amplas cadeias produtivas e setores econômicos que representamos precisam de estabilidade, segurança jurídica, de harmonia, enfim, para poder trabalhar.”
“É o Estado Democrático de Direito que nos assegura essa liberdade empreendedora essencial numa economia capitalista, o que é o inverso de aventuras radicais, greves e paralizações ilegais, de qualquer politização ou partidarização nociva que, longe de resolver nossos problemas, certamente os agravará”, diz o manifesto.
Em tom duro, os signatários criticam as ameaças frequentes de ruptura institucional e os danos que a instabilidade política traz para a economia brasileira.
“Somos uma das maiores economias do planeta, um dos países mais importantes do mundo, sob qualquer aspecto, e não podemos nos apresentar à comunidade das Nações como uma sociedade permanentemente tensionada em crises intermináveis ou em risco de retrocessos e rupturas institucionais. O Brasil é muito maior e melhor do que a imagem que temos projetado ao mundo. Isto está nos custando caro e levará tempo para reverter”, diz a nota.
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