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Cientista da Fiocruz Amazônia emite alerta para retomada da segunda onda de Covid-19

Jesem Orellana destacou a incidência de novos casos e o aumento em 15,5% da média de ocupação dos leitos de UTI, em Manaus

Manaus teve o sistema de saúde colapsado, sendo necessária a remoção de pacientes para outros estados

O epidemiologista da Fiocruz Amazônia Jesem Orellana encaminhará novo alerta epidemiológico aos órgãos de controle e à CPI da Pandemia, no Senado Federal, destacando a retomada da segunda onda da COVID-19 em Manaus. Para o cientista, a pandemia do novo coronavírus já alcança risco semelhante ao do 1º pico da segunda onda (final de setembro de 2020 e início de outubro de 2020).
“É inaceitável vermos o recrudescimento da segunda onda, em franco processo de vacinação. Ademais, muitos acreditam que a vacina sozinha faz milagre e que já podem começar a ‘voltar ao normal’. Novamente, estou dando conhecimento aos órgãos de controle (Ministério Público e Defensoria Pública), bem como aos membros da CPI da Covid, por exemplo”, disse o cientista.

Jesem Orellana divulgou o alerta nesta quarta-feira (14/07) e sustentou que a flexibilização das medidas restritivas a partir do dia 22 de fevereiro deste ano, após o Amazonas passar vexame com mortes por falta de oxigênio nos hospitais públicos, resultou num aumento da doença. “Como se observa na Figura 1, a incidência estimada na semana epidemiológica 27 de 2021, período de 04 a 10 de julho de 2021, já se equipara ao valor observado no primeiro pico desta mesma segunda onda, na semana epidemiológica 40 de 2020 (período de 27 de setembro a 03 de outubro de 2020)”, analisou Jesem.

O epidemiologista da Fiocruz Amazônia destaca que o elevado risco de morte no recrudescimento da pandemia, em que as UTIs, em Manaus, registraram um aumento de ocupação de 15,5 %, na ocupação semanal média de leitos de UTI devido a Covid-19, em Manaus, no período entre os dias 21 de junho e 09 de julho. “O dado mais oneroso à saúde pública diz respeito ao substancial aumento de 15,5% saltando de 173,2 para 200 em um intervalo de tempo de 15 dias (Figura 3). Este é um dado triplamente trágico, porque a taxa de letalidade de pacientes intubados em UTI de Manaus é uma das maiores do país; porque os 61 municípios do interior dependem dos leitos de Manaus; e porque essas hospitalizações além de majoritariamente evitáveis, contribuem ainda mais para gastos desnecessários, em um contexto de grave subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS)”, explicou Jesem.

Aumento de casos
O cientista analisou também a positividade de novos casos de Covid-19 constatado pelos exames. “Observa-se forte e duradouro aumento dos percentuais de positividade nos exames de antígeno para o diagnóstico de Covid-19 em Manaus, a partir de maio em diante, confirmando o comportamento ascendente dos casos novos de Covid-19na capital amazonense. É importante ressaltar que mesmo com o aumento da oferta de exames de antígeno para diagnóstico de Covid-19 em Manaus, bem como de exames RT-PCR no estado do Amazonas, os percentuais de positividade seguiram com um padrão elevado, o que sugere manutenção em níveis altos da transmissão comunitária do novo coronavírus”, disse Jesem Orellana.

O epidemiologista salientou no alerta epidemiológico que não foi possível fazer análise sobre os dados de mortalidade “devido à baixa confiabilidade dos mesmos, por se tratar de indicador tardio da circulação viral e que pouco ajuda, nesta fase da epidemia”.

Leia o alerta.


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