Amazonas
Manobra governista tenta tirar oposição das investigações da falta de oxigênio no Amazonas, diz deputado
O deputado Abdala Fraxe, da base de apoio a Wilson Lima (PSC), será o novo presidente da Comissão Provisória do Podemos no Amazonas, partido que tem dois deputados na oposição, Dermilson Chagas e Wilker Barreto.
O deputado estadual Abdala Fraxe, da base de apoio ao governador Wilson Lima (PSC), será o novo presidente da Comissão Provisória do Podemos no Amazonas, segundo informou, nesta sexta-feira (09/08), o deputado estadual oposicionista Dermilson Chagas, do mesmo partido. Segundo Dermilson, a intervenção no comando da sigla no Estado “é uma tentativa de entregar o controle da ‘CPI da Asfixia aos governistas’.
Segundo Dermilson, ele e o deputado Wilker Barreto (Podemos), também oposicionista, souberam da intervenção no comando do partido na última quinta-feira (08/07). “Ele (governador Wilson Lima) correu para a gente não ter o controle da CPI (da Asfixia)”, disse Dermilson, que adiantou que não fará parte da base do governo na Assembleia. “Não tem lógica”, afirmou.
Abdala Fraxe, corregedor da Assembleia, se diz da bancada “independente”. Ele votou contra o processo de impeachment de Wilson Lima,no ano passado, junto com os deputados Adjuto Afonso (PDT), Alessandra Campêlo (MDB), Augusto Ferraz (DEM), Belarmino Lins (PP), Cabo Maciel (PL), Carlinhos Bessa (PV), Dr Gomes (PSC), Joana Darc (PL), Roberto Cidade (PV), Saullo Vianna (PTB) e Therezinha Ruiz (PSDB).
Com a deflagração da ‘Operação Sangria’ da Polícia Federal, no dia 30 de junho do ano passado, foi encontrada pelos investigadores uma lista no gabinete do governador com suspeita de possível ‘mensalinho’. Escrita à mão com o valor de 5% ao lado, estavam o nome dos deputados, Joana Darc, Roberto Cidade, Carlinhos Bessa, Mayara Pinheiro, Therezinha Ruiz, Saullo Vianna, Abdala Fraxe e Belarmino Lins. Todos são da base do governo de Wilson Lima e votaram pelo arquivamento do impeachment . Apenas a deputada Mayara Pinheiro não votou pois não estava presente na sessão plenária.
Quinta-feira (08/07), os deputados estaduais Wilker Barreto e Dermilson Chagas, ambos do Podemos, anunciaram a retirada do pedido de criação da ‘CPI da Pandemia’. Segundo ele, a medida tem o intuito de pressionar a base governista a assinar a nova ‘CPI da Asfixia’.
“Para que não paire dúvidas e para ajudar os colegas governistas a decidirem assinar a CPI, eu e o deputado Dermilson estamos retirando a CPI da Pandemia. Agora, não tem mais desculpa se vai investigar a Covid, a pandemia, a asfixia, para mim o título é indiferente, o tema eu deixo o Governo dar”, disse Wilker..
Wilker assinou a ‘CPI da Asfixia’ após o aditamento de sua autoria, com coautoria do deputado Dermilson Chagas, ser aceito pelo autor da Comissão. Desta forma, foram ampliados os fatos e incluída a investigação de todos os contratos e gastos feitos pelo Executivo desde o início da pandemia, de março de 2020 até o fim das atividades da nova comissão.
A ‘CPI da Asfixia’ já conta com seis assinaturas: Delegado Péricles (PSL), Sinésio Campos (PT), Serafim Corrêa (PSB), Wilker Barreto e Dermilson Chagas (Podemos) e Ricardo Nicolau (PSD). São necessárias oito para a Comissão funcionar.
Debandada
Wilker Barreto e Dermilson Chagas e os vereadores Amom Mandel e Professora Jaqueline anunciaram nesta qsexta-feira (09/07) seus desligamentos do Podemos, cujo comando no Amazonas foi transferido pela presidente nacional, Kátia Abreu, para o deputado estadual governista Abdala Fraxe.
Wilker lembrou que o ex-governador Amazonino Mendes também está deixando o partido e confirmou sua filiação o Democratas (DEM).Segundo o deputado, o Podemos se descaracterizou e espera que a presidente nacional do partido encaminhe as cartas de desfiliação. “É mais um partido como muitos outros, que com meia hora de conversa esquece tudo pelo que lutou”, acusou.
O vereador Amon Mandel disse que ainda não definiu sua nova legenda e vai ficar independente na Câmara Municipal. “O Podemos não serve mais aos bons propósitos que eu planejei e decido deixar o partido”, afirmou.
A Professora Jaqueline informou que não tem pressa em escolher nova sigla. “Não me vejo em condições de permanecer em um partido que não respeitou nossa linha de atuação”, afirmou.
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