Amazonas
Secretário de Saúde do Amazonas pede exoneração para “facilitar” investigações e “não deixar dúvida”
“Minha permanência poderia parecer que tenho algo a esconder ou que fiquei para manipular as informações, por isso entreguei o cargo”, afirmou.
Em reunião com o governador Wilson Lima (PSC) após deixar a prisão, nesta segunda-feira, o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, anunciou seu pedido de exoneração do cargo. Segundo informações da Secretaria de Saúde (SES), Marcellus disse que a decisão “é para não deixar dúvidas sobre sua conduta e facilitar ao máximo o acesso das autoridades aos documentos sobre contratos e decisões que tomou à frente do órgão”.
“Minha permanência poderia parecer que tenho algo a esconder ou que fiquei para manipular as informações, por isso entreguei o cargo”, afirmou, em referência à apuração dos fatos relacionados à quarta fase da Operação Sangria, da Polícia Federal. As denúncias, disse ele, não têm sustentação. Após expirado o prazo de cinco dias da prisão preventiva, Marcellus deixou a Centro de Detenção Provisória de Manaus 2, na madrugada desta segunda.
O governo do Amazonas informou que o secretário Executivo de Controle Interno da SES, Silvio Romano, assume a SES-AM interinamente. E que, A pedido do governador Wilson Lima, Marcellus Campêlo, que é engenheiro civil, permanecerá no Governo, como coordenador da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), responsável pelo Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim), órgão no qual ele atua desde 2019.
Operação Sangria
Na manhã de quarta-feira, 2, a Polícia Federal deflagrou a quarta fase da operação Sangria, na qual são investigadas práticas de crimes contra a saúde pública do Estado. A PF fez buscas na casa do governador Wilson Lima, na sede do governo do Amazonas, na Secretaria de Saúde (SES), na casa de Marcellus Campêlo, na casa do dono do Hospital Nilton Lins e no Hospital Nilton Lins.
Ao todo, foram 25 mandados judiciais expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), sendo 19 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão temporária cumpridos na cidade de Manaus (AM) e Porto Alegre (RS).
As prisões temporárias expiraram nesta segunda. Segundo a Polícia Federal, há indícios de contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais. O Governo do Amazonas afirma que as acusações, de superfaturamento no pagamento para uso do Hospital de Combate ao Covid-19 da Nilton Lins como unidade de campanha na pandemia, não têm sustentação lógica, pois o prédio não foi alugado em 2021 e nenhum dos serviços apontados como superfaturados foi contratado, não havendo, portanto, pagamento pelos mesmos.
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