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Amazonas

Polícia no AM abre inquérito para apurar morte de idosa que recebeu nebulização com hidroxicloroquina

Delegado deverá ouvir, nos próximos dias, os profissionais de saúde que estiveram à frente do caso. Vítima recebeu tratamento em unidade de saúde de Itacoatiara.

Hidroxicloroquina prescrita em hospital de Itacoatiara, no Amazona. ( Foto: Reprodução/G1 Amazonas )

A Polícia Civil do Amazonas abriu uma investigação para apurar a morte de uma idosa de 71 anos que recebeu uma nebulização com hidroxicloroquina em um hospital de Itacoatiara, no interior do Estado. O tratamento não foi autorizado pela família e a idosa acabou morrendo após ser transferida para Manaus.

O delegado Lázaro Ramos informou que solicitou o prontuário médico da paciente ao hospital do município para checar as informações e deverá ouvir, nos próximos dias os profissionais de saúde que estiveram à frente do caso.

O delegado disse que a filha da vítima explicou à polícia que, ainda na cidade, a mãe foi submetida à nebulização com o medicamento e que o tratamento não foi consentido pela família.

A mulher deu entrada no Hospital Regional José Mendes, em Itacoatiara, no dia 6 de fevereiro. Segundo a filha dela, que preferiu não se identificar, a mãe apresentou sintomas da Covid-19 e, até então, o estado de saúde dela não parecia tão grave. A filha também contou ao G1 que só descobriu que a idosa recebeu o medicamento após pedir o prontuário médico.

Em nota, a Polícia informou que a filha compareceu à delegacia do município na sexta-feira (23) para comunicar a morte da mãe ocorrida no dia 13 de março no Hospital Pronto-Socorro Delphina Aziz, em Manaus.

A Secretaria de Saúde do Amazonas também deve investigar o caso. No domingo (25), o órgão informou em nota que “não compactua com a prática de qualquer terapêutica experimental sem comprovação científica. Ao tomar conhecimento, a SES-AM encaminhou ofício ao município solicitando que abra processo administrativo para apurar o caso, tendo em vista que Itacoatiara tem gestão plena em saúde e irá acompanhar o processo.”

Casos em Manaus

Segundo a Secretaria de Saúde do Amazonas, pelo menos outras duas pacientes com Covid-19 foram submetidas a nebulização com hidroxicloroquina em uma maternidade em Manaus, em fevereiro, sendo que uma delas morreu. A Polícia Civil investiga a denúncia de que pelo menos três mulheres grávidas morreram após a nebulização.

A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), vinculada ao Ministério da Saúde, informou que considera o tratamento realizado com cloroquina nebulizada em pacientes internados com Covid-19 em Manaus um experimento clandestino e sem autorização legal. Em nota, o órgão faz menção indireta às pesquisas com cobaias no nazismo.

Com informações do G1 Amazonas.


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