Amazonas
Para deputado, governador Wilson Lima prefere endividar servidores do que conceder reajuste salarial
Dermilson Chagas avalia que decreto de governador prejudica os servidores estaduais
Ao avaliar o decreto do governador Wilson Lima (PSC), que aumentou de 35% para 40% a margem de empréstimo consignado para servidores estaduais ativos, aposentados e pensionistasa, o deputado estadual Dermilson Chagas (Podemos) disse nesta sexta-feira (16), que a concessão prejudica os trabalhadores, que não terão direito a reajuste salarial.
Dermilson chegou a sugerir, na quinta (15), durante seu pronunciamento no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), que os deputados criassem emendas para que sejam inseridas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA) para assegurar o direito de reajuste dos servidores. Segundo Dermilson, além de não receber os representantes de várias categorias de servidores estaduais, inclusive os das áreas da Saúde e Educação, que pleiteiam, assim como outras categorias, reajuste salarial porque estão há vários anos sem receber esse direito, o governador Wilson Lima preferiu oferecer aos trabalhadores estaduais ampliação na margem de empréstimo consignado.
“Essa modalidade de empréstimo é concedida com desconto automático em folha de pagamento. Na realidade, o governador Wilson Lima está criando mais um mecanismo de endividamento dos servidores estaduais e justamente nesse período de pandemia, na qual há inflação, com tudo aumentando sem controle, ao invés de receber as categorias para estabelecer um diálogo e programar, após a Lei Complementar nº 173 perder os seus efeitos em dezembro e, desta forma, atender o pedido mais que justo desses servidores”, explicou Dermilson Chagas.
Inflação
No mês de março, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que mais pesou dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, foi o fato de seis terem tido avanço nos preços. Além disso, o item Transportes teve a maior alta (3,81%) e o maior impacto 0,77 ponto percentual (p.p.) no índice do mês.
Os grupos pesquisados foram Alimentação e bebidas: 0,13%; Habitação: 0,81%; Artigos de residência: 0,69%; Vestuário: 0,29%; Transportes: 3,81%; Saúde e cuidados pessoais: -0,02%; Despesas pessoais: 0,04%; Educação: -0,52%; e Comunicação: -0,07%.
Sem diálogo
O deputado ressaltou que é injustificável que o Estado não dialogue com essa e outras categorias, como a dos servidores da Polícia Civil e a dos professores, entre outras, sobre a possibilidade de conceder reajuste salarial porque a arrecadação tributária do Estado vem apresentando uma excelente performance.
“O Governo do Estado tem arrecadação em alta desde 2019, tem um acúmulo muito grande. Para se ter uma ideia disso, de 2019 a 2020 e a 2021, se pegarmos o mês de março, o Governo teve um acréscimo de 14% na arrecadação. Isso é significativo e olhe que nós estamos com pandemia, com lockdown em alguns segmentos, mas o Estado teve um excesso de arrecadação. Então, tem ‘gordura’ demais para queimar”.
Linear
Dermilson Chagas defende que o reajuste de forma linear para poder contemplar a todos sem distinção. “Então, que seja linear, igual para todos, porque tem outras categorias, tem administrativos, tem professores, tem médicos, tem o Ipaam, tem Previdência, tem várias secretarias, órgãos e empresas do Estado que até agora não tiveram reajuste salarial e é justo que todos recebam”, defendeu.
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