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Amazonas

Amazonas registrou média de 2,8 casos por hora de violência doméstica contra mulheres em 2020

O Brasil registrou 105 mil denúncias de violência contra a mulher em 2020; quase 300 por dia.

Os dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP) mostram que, em 2020, o primeiro ano da pandemia de Covid-19, o Estado registrou 25.132 ocorrências de violência doméstica contra as mulheres, uma média 68,8 casos por dia e 2,8 por hora. Houve um aumento de 34% no número de registros, ou 6 mil a mais que em 2019.

O serviço de emergência do telefone 190, do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), recebeu 9,2 mil ligações de mulheres em situação de violência doméstica pedindo socorro da Polícia Militar. As chamadas representaram 9% do total de acionamentos do ano. Injúria, ameaça, lesão corporal, perturbação da tranquilidade e vias de fato foram os cinco tipos criminais mais registrados nas delegacias pelas mulheres amazonenses, em 2020.

O Brasil registrou 105 mil denúncias de violência contra a mulher em 2020; quase 300 por dia. Foram 105.671 denúncias de violência contra a mulher no ano passado, sendo 72% referentes à violência doméstica e intrafamiliar. Foram quase 290 denúncias por dia ou uma a cada cinco minutos. Os números são do Ligue 180 e do Disque 100, canais de atendimento mantidos pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, e foram divulgados neste domingo (7), véspera do Dia Internacional da Mulher.

Desde o início da pandemia de Covid-19, em março passado, organismos internacionais, especialistas e organizações da sociedade civil alertaram que a crise sanitária deixaria as mulheres mais vulneráveis à violência doméstica. No Brasil, a principal medida adotada pelo governo federal para enfrentar o problema foi a divulgação dos canais de atendimento. Em 2020, as denúncias passaram a ser feitas também via aplicativo, WhatsApp e Telegram.

Os dados divulgados neste domingo seguem uma nova metodologia elaborada pelo MMFDH. Por isso, não é possível comparar os números do balanço de 2020 com os de anos anteriores. Na coletiva, o ouvidor nacional de direitos humanos, Fernando Ferreira, explicou que a mudança se deu porque os dois canais de atendimento, o Disque 100 e o Ligue 180, foram unificados em 2019. Segundo ele, a mudança permitiu construir um banco de dados consolidado e melhorar o atendimento. De acordo com o ouvidor, os canais fazem entre 10 mil a 12 mil atendimentos por dia e cerca de mil se tornam denúncias de violações de direitos humanos.

A maioria das denúncias tem como vítimas mulheres declaradas como de cor parda, de 35 a 39 anos. O perfil médio das mulheres que sofrem violência de acordo com os registros dos canais de denúncias ainda aponta que elas possuem principalmente ensino médio completo e com renda até um salário mínimo. Já em relação aos suspeitos, o perfil mais comum é de homens brancos com idade entre 35 e 39 anos.


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