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Economia

Seguro de automóveis pode ficar mais barato por conta da pandemia e da baixa adesão em 2020

O relatório foi elaborado por startups de seguros e divulgado com exclusividade pela CNN Brasil Business. Dados apontam que durante a pandemia, muitas pessoas optaram por não renovar os contratos com as seguradoras.

Seguro de veículos foi uma das despesas cortadas pelas famílias, aponta a pesquisa. (Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo)

A pandemia do novo coronavírus afetou diretamente o setor dos seguros de automóveis. Com mais pessoas em casas, muitas pessoas optaram por não renovar os contratos com as seguradoras — o que pode acabar barateando o custo para contratar o serviço neste ano.

Ao menos é o que aponta um relatório da insurtech (startup de seguros) Smartia e da TEx enviado com exclusividade ao CNN Brasil Business. “Especialistas do setor de seguros acreditam que 2021 ainda será marcado por reflexos da pandemia do coronavírus. Inclusive porque ela não acabou e só deve ser finalizada após a vacinação em massa da população”, diz o relatório.

Fatores como o avanço do desemprego, segundo o relatório, ainda devem “marcar boa parte do ano novo”, bem como a pandemia. O relatório aponta que, por conta da alta taxa de desempregados no Brasil, que atingiu a marca de 14,6% no trimestre de julho a setembro do ano passado, a renda da população foi duramente afetada, o que fez com que as famílias brasileiras tivessem de optar por fazer cortes nos gastos – muitas vezes decidindo abrir mão de alguns seguros.

“Logo, os seguros contratados serão mais baratos e, possivelmente, muitas famílias devem deixar o serviço de lado em detrimento de outras despesas. Mesmo assim, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) espera que o número de clientes de seguros suba no primeiro semestre de 2021, em comparação com o registrado no primeiro semestre de 2020”, explica o relatório.

Em 2020, o mercado de seguros passou por um período turbulento, sendo que algumas áreas, como a dos seguros de vida, acabou sendo beneficiada em meio às incertezas causadas pela Covid-19.

De acordo com o CEO da Smartia, Pedro Yue, o valor das seguradoras oscilou muito – enquanto a demanda para seguro de automóveis caiu, mas a dos seguros de vida, não. “Trabalhamos muito na Internet e observamos diretamente que o seguro auto por exemplo teve uma grande queda na demanda no início da pandemia em marco e abril, o foi retomando progressivamente”, explica. “A primeira metade do ano mostrou retração, mas foi recuperando bem nos últimos meses”, diz.

Segundo a CNSeg, no ano passado, o setor de seguros aumentou cerca de 1,3%, com destaque aos seguros patrimoniais, enquanto o auto teve uma projeção de queda de 2,1% em relação à 2019. Yue afirma que “a queda foi bem maior nos primeiros meses do ano e mostrou uma recuperação na segunda metade de 2020”.

Apesar disso, ele acredita que é díficil saber se os valores realmente serão reduzidos neste ano, exatamente pela recuperação do mercado, que gera projeções mais otimistas. A única certeza para o setor das seguradoras, então, é de uma recuperação rápida. “O seguro é um produto importante e os brasileiros querem e devem se proteger mais e melhor, o que deve sim acontecer à medida que temos uma economia mais forte, mais produtos inovadores e também um público mais informado e educado em matéria de seguros”, diz Yue.

As novas tendências

De acordo com o relatório, 2021 deve ser um ano marcado pela consolidação de novas tendências, como a continuidade do atendimento online. “A crise em 2020 mostrou a muitas seguradoras a necessidade de adaptação para o virtual e, como muitas delas já aderiram a soluções online, é esperada uma continuidade desse tipo de atendimento”, diz.

Outra previsão para o ano é a vistoria e a contratação de um seguro feitas digitalmente, “sem precisar sair de casa”. Também é provável, segundo a Smartia, que o uso de seguros intermitentes, no qual os usuários podem “ligar e desligar”, pagando pelo tempo de uso, deva aumentar neste ano.  “Poucas seguradoras no Brasil oferecem hoje opções de seguro pay-per-use, mas essa também é uma tendência para 2021: a adesão do serviço por novas empresas, oferecendo-o ao consumidor.”

 

 


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