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Amazonas: ministério recomenda evitar viagens a áreas de maior incidência de nova variante da Covid

Também é recomendado intensificar o rastreamento de contatos e isolamento de casos suspeitos e confirmados da nova variante e que laboratórios notifiquem a pasta em até 24h de casos de reinfecção.

Nova variante encontrada no Brasil colapsou sistema de saúde- Foto: Tiago Corrêa/UGPE

O Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica nesta terça-feira, 2, a secretarias estaduais de Saúde em que reforça o alerta à nova variante do coronavírus encontrada no Amazonas e cita medidas para evitar a propagação e tentar aumentar a identificação de casos no país. Uma das orientações é que estados reforcem recomendações de que sejam evitadas viagens não essenciais, “em particular para áreas com incidência significativamente elevada da variante”. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Também é recomendado intensificar o rastreamento de contatos e isolamento de casos suspeitos e confirmados da nova variante e que laboratórios notifiquem a pasta em até 24h de casos de reinfecção.

Medidas de prevenção, como uso de máscaras, distanciamento e higiene das mãos, também devem ser mantidas, aponta, e reforçadas junto a pessoas que vêm de áreas de maior incidência.

A pasta não cita quais são essas áreas, mas reforça que a variante, chamada de P.1, já é encontrada na maioria dos casos do Amazonas.

No documento, o ministério lembra que a possibilidade de haver mutações no vírus é comum, mas que algumas novas variantes chamam a atenção devido à chance de serem mais transmissíveis.

A notificação da variante P.1 ocorreu em 9 de janeiro, por meio do Japão, que analisou amostras de quatro viajantes que vinham de Manaus.

“Tendo em vista o aumento rápido e expressivo do número de casos e óbitos pela doença em Manaus, a partir de dezembro de 2020, há uma hipótese de que isso esteja relacionado com uma maior infectividade dessa variante”, diz a nota.

Análise divulgada pela Fiocruz e pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas na última semana apontou que a P.1. já corresponde por 91% das amostras sequenciadas no estado, sendo que o primeiro caso observado em análise foi em uma amostra coletada no início de dezembro de 2020.

Recentemente, a secretaria de Saúde de São Paulo também disse ter encontrado a variante em amostras de três pacientes que haviam retornado de Manaus. Outros dois casos foram identificados no Pará -sendo que um deles teve contato com parente de Manaus, e outro não tinha histórico de viagens.

Segundo o ministério, estudos iniciais indicam que a variante descrita no estado do Amazonas “apresenta mutações (E484K e N501Y) que estão associadas à carga viral mais elevada e, consequentemente, maior capacidade do indivíduo portador do vírus de transmitir para outra pessoa.”

O ministério frisa, porém, que ainda são necessárias mais pesquisas “para determinar se a reinfecção com linhagens emergentes que possuem tais mutações é um fenômeno isolado ou se está associado ao aumento do número de casos de infecção pelo SARS-CoV-2 no Amazonas e demais estados brasileiros nos últimos dois meses.”

A pasta diz ter iniciado um projeto-piloto para tentar aumentar a identificação dos casos.

Atualmente, parte das amostras coletadas de quadros de síndrome respiratória já são enviadas para sequenciamento genético de rotina em laboratórios de referência.

Com a nova variante, a ideia é fazer o sequenciamento genético de 1.200 amostras do vírus, enviadas de todos os estados, em quatro laboratórios específicos. São eles: o Adolfo Lutz, em São Paulo, o Instituto Evandro Chagas, no Pará, e os laboratórios centrais de saúde pública da Bahia e de Minas Gerais.

O objetivo é analisar a circulação e presença de novas variantes, em especial a do Amazonas.

Para isso, serão analisadas amostras de casos suspeitos de reinfecção, casos graves ou óbitos, pacientes que residem em área de fronteira, suspeitas de falhas vacinais, além de casos que estiveram em locais com circulação de nova variante e seus contatos, aponta.

Ainda segundo a nota, “ainda não há evidências científicas para determinar a mudança na infectividade ou patogenicidade dessa cepa ou na eficácia da vacina [contra a Covid], sendo necessárias investigações mais detalhadas”. Lembra ainda que não há mudança no modelo de diagnóstico e tratamento.


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