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Amazonas

Em meio à crise na saúde, Assembleia do Amazonas mantém recesso e evita impeachment do governador

O requerimento para que a Casa voltasse do recesso e retomasse os trabalhos para fiscalizar e discutir no dia a dia os problemas na saúde não foi apreciado por falta de quórum.

Em reunião extraordinária, nesta terça-feira, convocada exclusivamente para que os deputados discutissem a crise da falta de estoques de oxigênio nos hospitais e unidades de saúde do Estado que matou dezenas de pessoas na última semana, a Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE) manteve o recesso e evitou apreciar o pedido de impeachment do governador Wilson Lima (PSC).

Uma outra reunião extraordinária só foi marcada para a próxima terça-feira.

O requerimento para que a Casa voltasse do recesso e retomasse os trabalhos para fiscalizar e discutir no dia a dia os problemas na saúde não foi apreciado por falta de quórum.

A reunião extraordinária (não remunerada) foi convocada “ para tratar sobre a grave crise na saúde do Amazonas”, considerando que “nos últimos dias, com o aumento de casos de Covid, houve falta de oxigênio nas unidades de saúde e superlotação e que alguns pacientes estão sendo transferidos para outros Estados”, segundo o site da Casa.

O deputado Wilker Barreto (Podemos) disse que a falta de oxigênio na rede pública de saúde foi “a gota d’água” e que a Assembleia deveria encerrar o recesso e começar a apreciar o pedido de impeachment do governador. “O Amazonas não aguenta mais. O povo não aguenta mais. As pessoas estão sufocando com tanta falta de gestão” disse. A proposta dele não foi apreciada.

O parlamentar já havia pedido que o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), reforce a Atenção Básica de Saúde e sugeriu o uso de R$ 11.689.958,17 do Fundo Municipal de Empreendedorismo e Inovação (Fumipeq) para socorrer o comércio e famílias carentes durante a pandemia da Covid-19.

O deputado Dermilson Chagas (Podemos) sugeriu que o governador Wilson Lima exonerasse o secretário de Estado de Saúde, Marcelus Campelo. De acordo com Dermilson, o Amazonas hoje paga pela omissão da Assembleia por não ter ‘impeachmado’ Wilson Lima. “ Durante um evento, o governador disse que o estado foi o primeiro do Brasil a sair da crise do covid-19. E de lá para cá, ficou omisso, sem planejar nada, sem aceitar os alertas de uma possível segunda onda que estava por vir. Não fez nada. Agora vivemos essa consequência: mortes por asfixia, pela falta de oxigênio”, disse.

o deputado estadual Delegado Péricles pediu que o governador Wilson Lima renuncie ao mandato. De acordo com o parlamentar, a decisão evitará, além do desgaste em um processo de impeachment , o aumento do caos da saúde no Amazonas, resultante do amadorismo na gestão do estado.

O presidente da ALE, Josué Neto (Patriota), ao convocar a reunião, disse que o Legislativo está buscando novas formas de auxiliar a população e informou que a crise dos últimos dias por causa do oxigênio, não foi por falta de recursos. “O problema não foi falta de recursos. O Estado tem dinheiro estadual e federal”.

Em dezembro, a Assembleia aprovou o envio de R$ 50 milhões ao Governo para compra de vacinas. Um estudo feito pelo deputado Josué revelou que o Estado precisaria de R$ 75,25 milhões para compra de 2,28 milhões de doses da vacina, o suficiente para imunizar a população com idade acima de 30 anos.

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