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Donald Trump está com Covid-19 e diagnóstico afeta os mercados financeiros

O presidente dos Estados Unidos e sua esposa, a primeira-dama Melania, testaram positivo para o novo coronavírus e ficarão em quarentena na Casa Branca; eleição norte-americana ocorrerá daqui a 32 dias.

A 32 dias da eleição norte-americana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no início da madrugada desta sexta-feira (2) que ele e a primeira-dama, Melania, receberam diagnóstico positivo para a Covid-19 e entraram em quarentena. As informações são da Reuters, com publicação pelo jornal Folha de S.Paulo.

“Vamos começar nossa quarentena e nosso processo de recuperação imediatamente. Nós vamos superar isso JUNTOS!”, escreveu Trump em uma rede social.

Segundo Sean Conley, médico da Casa Branca, o presidente e Melania estão bem e o republicano deve seguir cumprindo suas tarefas a partir da sede do governo norte-americano durante o período de quarentena. Antes da confirmação dos resultados dos exames, o casal já havia entrado em isolamento depois que uma assessora, Hope Hicks, teve teste positivo para o coronavírus.

Conselheira sênior da Casa Branca, Hicks é uma das assessoras mais próximas do presidente. Ela viajou com o republicano para o debate em Cleveland, na terça-feira (29), e também esteve ao lado do presidente em Minnesota, na quarta-feira (30), para um evento de campanha.

Trump, 74, está dentro do grupo de risco da Covid-19 devido à idade e porque é considerado uma pessoa com sobrepeso. Ele manteve boa saúde durante o mandato, mas o republicano não é conhecido por realizar exercícios regularmente ou por seguir um dieta saudável.

Um presidente que minimizou a importância da pandemia e não usou máscara em público até julho, Trump é mais um líder mundial infectado pelo coronavírus, numa lista que inclui o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro; o premiê britânico, Boris Johnson; e a presidente interina boliviana, Jeanine Añez.

O republicano manteve uma agenda intensa de viagens pelo país nas últimas semanas. Além de ter participado do primeiro debate com seu rival democrata, Joe Biden, Trump vem promovendo comícios com milhares de pessoas na corrida para as eleições de 3 de novembro, apesar das advertências de profissionais de saúde pública contra a realização de eventos com grandes multidões.

Agora, a menos de cinco semanas da eleição em que está em desvantagem nas pesquisas nacionais ante Biden, a campanha do presidente cancelou a viagem programada para esta sexta-feira ao estado da Flórida, considerado crucial para a disputa.

Trump e a Casa Branca não anunciaram quanto tempo o casal deve permanecer isolado. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) recomenda até 14 dias de quarentena para as pessoas que foram expostas ao vírus.

O diagnóstico de Covid-19 de Trump afetou os mercados financeiros globais e provocou um aumento na demanda por portos seguros tradicionais, como ouro e títulos. A notícia levou investidores a se prepararem para um período de alta volatilidade, em que o mercado deve permanecer tenso.

Os testes positivos no núcleo da Casa Branca também levantam a possibilidade de outras pessoas nos níveis mais altos do governo dos EUA terem sido expostas ao coronavírus.

Na manhã desta sexta, o vice-presidente americano, Mike Pence, anunciou, por meio de um porta-voz, que realizou um teste de detecção da Covid-19 e que o resultado foi negativo. De acordo com a CNN norte-americana, uma fonte ligada a Biden afirma que o democrata deve realizar um exame nesta manhã para saber se foi infectado, já que interagiu com Trump no debate presidencial.

Trump recebe fortes críticas por sua resposta à pandemia, que já matou mais de 206 mil e infectou 7,2 milhões de pessoas nos EUA, colocando o país no topo do ranking mundial de óbitos e contaminações. Ele chegou a sugerir injeções de desinfetante para tratar o vírus, e em setembro vieram à tona revelações de que admitiu, em entrevista ao jornalista Bob Woodward, ter escondido intencionalmente da população a gravidade da situação.

Biden, que usa regularmente máscara e evita eventos de campanha com grandes multidões, critica Trump por não ter um plano nacional claro para enfrentar a pandemia e tenta fazer com que o pleito presidencial se torne um referendo da atuação do republicano no combate ao coronavírus.

O presidente era submetido regularmente a testes de Covid-19, mas a frequência exata dos exames nunca foi divulgada. Os funcionários que trabalham na Ala Oeste da Casa Branca são avaliados diariamente, assim como os jornalistas que entram nesta área da residência oficial ou viajam com o presidente.

As reações de líderes mundiais foram rápidas, do presidente russo, Vladimir Putin, à chanceler alemã, Angela Merkel, passando pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom. O Kremlin desejou uma “pronta recuperação” a Trump, e Putin afirmou que “sua vitalidade natural, sua força de espírito e seu otimismo” o ajudarão a vencer o vírus.

O diretor da OMS também desejou uma “pronta e completa recuperação” a Trump e sua esposa, apesar das críticas do presidente norte-americano à organização. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que há alguns meses foi hospitalizado com Covid-19, e seu colega indiano, Narendra Modi, também enviaram mensagens de apoio.


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