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Tratamento para Covid-19 com cloroquina deve ser abandonada, diz Sociedade Brasileira de Infectologia

A SBI divulgou uma nota, nesta sexta-feira, alertando para os riscos do uso do medicamento recomendado pelo Ministério da Saúde para combater a doença.

Em nota, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) afirmou, nesta sexta-feira (17), que o uso de hidroxicloroquina deve ser abandonado em qualquer fase do tratamento do novo coronavírus. A SBI pede ainda para o Ministério da Saúde (MS) reavaliar suas orientações de tratamento da doença. O MS recomenda a utilização do medicamento desde o estágio inicial da Covid-19. As informações são do jornal O Globo.

A nota da SBI tem como base os resultados de dois estudos realizados no âmbito internacional. Em um deles, realizado em 40 estados americanos e três províncias do Canadá, constatou que o uso da cloroquina nos estágios iniciais da doença não teve resultado algum. O estudo comparou pacientes que tomaram o remédio com um grupo que não tomou e constatou que, no grupo que utilizou, não houve melhora do quadro clínico dos pacientes.

Outro estudo, conduzido na Espanha, tentou medir se o cloroquina tinha a capacidade de reduzir a carga viral dos pacientes infectados. Mas o medicamento não foi capaz de reduzir essa taxa. “É urgente e necessário que os agentes públicos, incluindo municípios, estados e Ministério da Saúde reavaliem suas orientações de tratamento, não gastando dinheiro público em tratamentos que são comprovadamente ineficazes e que podem causar efeitos colaterais”, diz a nota da SBI.

No documento, a SBI defende que os recursos gastos com aquisição de hidroxicloroquina sejam usados na aquisição de insumos necessários para o tratamento da doença e que estão em falta, como anestésicos para intubação e bloqueadores neuromusculares. A instituição cita também a importância de aquisição de oxímetros, testes diagnósticos, respiradores, entre outros aparatos necessários ao combate da Covid-19.

No dia 20 de maio, o Ministério da Saúde passou a orientar o uso de cloroquina e hidroxicloroquina para casos leves da doença. Depois, em junho, a pasta passou a orientar o uso do medicamento também em grávidas e crianças. Sem eficácia comprovada, a cloroquina pode causar efeitos graves no sistema cardiovascular.


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