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Amazonas

Panorama Econômico de dezembro da Fecomércio-AM aponta resiliência do emprego, desaceleração da atividade e ambiente financeiro restritivo

O documento aponta que as atividades turísticas no Amazonas seguem como um dos principais vetores de crescimento do setor de serviços em 2025, ainda que com alguma acomodação recente na margem.

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O Panorama Econômico da Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio-AM) aponta resiliência do emprego, desaceleração da atividade e ambiente financeiro restritivo no último mês de 2025, dezembro, com foco no setor de comércio e serviços do estado. Veja a íntegra do documento.

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De acordo com o documento, publicado no site da instituição, o tecido empresarial do Amazonas segue fortemente concentrado em comércio e serviços, que representam 86,7% das 831,7 mil empresas registradas na Junta Comércial do Estado (Jucea) em dezembro de 2025, frente a 13,3% da indústria.

O número de empresas do segmento terciário, segundo a Fecomércio-AM, cresceu 2,19% na passagem de novembro para dezembro, indicando resiliência do empreendedorismo formal, mesmo em um ambiente macroeconômico mais restritivo. “Essa estrutura reforça a elevada sensibilidade da economia estadual às condições de consumo, crédito e renda das famílias”, diz.

O documento cita dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que mostram perda de dinamismo do comércio varejista ao longo do segundo semestre. Em outubro de 2025, o volume de vendas recuou –1,0% na margem e –1,2% na comparação interanual, enquanto o acumulado em 12 meses desacelerou para 1,6%.

O varejo ampliado seguiu trajetória semelhante, com queda mensal de –0,5% e retração interanual de –1,3%, sinalizando enfraquecimento especialmente nos segmentos mais dependentes de crédito e bens duráveis, sob impacto direto dos juros elevados.

Segundo o documento, o setor de serviços mantém crescimento apenas marginal. Apesar de variação positiva na margem em outubro (+0,5%), o desempenho interanual foi negativo (– 5,2%), e o acumulado no ano praticamente zerou.

O contraponto positivo vem do turismo, que permanece como principal vetor de expansão, com crescimento interanual de 12,9% e alta acumulada de 13,4% em 12 meses, confirmando seu papel estratégico como amortecedor da desaceleração observada em outros segmentos da economia estadual.

Os indicadores da Confederação Nacional do Comércio (CNC), informa a Fecomércio-AM, revelam um quadro misto com relação à confiança do empresário do setor, que permanece em zona otimista (115,9 pontos), sustentada por expectativas elevadas, mas as condições atuais seguem frágeis.

Do lado das famílias, o consumo ainda se mantém acima da linha de satisfação (ICF em 119,8 pontos), apoiado por mercado de trabalho sólido, porém o acesso ao crédito deteriora-se, com forte queda no indicador de compra a prazo e elevado endividamento: 87,1% das famílias endividadas e 46,4% com contas em atraso, o que limita a expansão futura do consumo.

Mercado de trabalho

O mercado formal segue como principal pilar de sustentação da economia. O estoque de empregos em comércio e serviços atingiu 392,8 mil vínculos, novo recorde histórico, com crescimento interanual de 3,3%, representando 68,4% do emprego formal no Amazonas, sustenta o documento da Fecomércio-AM.

Em contraste, a arrecadação de ICMS do comércio e serviços mostrou forte deterioração no fim do ano: queda de –12,3% em novembro na comparação interanual e recuo acumulado de –4,2% em 2025, refletindo desaceleração da atividade e compressão da base tributável.

A Fecomércio-AM diz que o cenário macro segue desafiador: a Selic permanece em 15%, com curva de juros mais pressionada no curto prazo, refletindo percepção de risco inflacionário e fiscal; o câmbio voltou a se depreciar, com o dólar PTAX em R$5,45, acima da expectativa média do Focus para 2025 (R$5,40); e a inflação nacional mostra tendência de desaceleração, mas Manaus permanece como ponto fora da curva, com forte pressão no custo da cesta básica (+12,2% em seis meses).

Em síntese, diz, o quadro combina emprego resiliente e expectativas positivas com consumo seletivo, crédito restrito e perda de fôlego da atividade, exigindo estratégias empresariais focadas em eficiência, liquidez e adaptação ao novo ciclo econômico.

Turismo

O documento aponta que as atividades turísticas no Amazonas seguem como um dos principais vetores de crescimento do setor de serviços em 2025, ainda que com alguma acomodação recente na margem. Em setembro, o volume avançou 2,4% frente a agosto e apresentou forte expansão interanual de20,3%, refletindo uma base de comparação mais fraca em 2024 e a consolidação de uma demanda turística mais robusta.

Em outubro, houve leve recuo de -0,7% na comparação mensal, movimento esperado após um mês de forte avanço, mas o desempenho anual permaneceu bastante positivo, com crescimento de 12,9% frente a outubro de 2024. O acumulado no ano mantém expansão elevada e estável em 12,7%, enquanto o acumulado em 12 meses segue em trajetória ascendente, alcançando 13,4% em outubro, o que confirma que o turismo permanece em ciclo de crescimento consistente no Estado, funcionando como importante contraponto ao enfraquecimento observado em outros segmentos do consumo e dos serviços.


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