Brasil
Primeiro foguete comercial que explodiu, partindo do Brasil, levava satélites e experimentos científicos
O foguete sul-coreano HANBIT-Nano lançado do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, explodiu 30 segundos após a decolagem.
O foguete sul-coreano HANBIT-Nano, que explodiu após ser lançado do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, levava ao espaço oito cargas úteis, entre cinco satélites e três experimentos científicos, desenvolvidos por instituições do Brasil e da Índia.
A missão fazia parte da Operação Spaceward, considerada o primeiro lançamento comercial de foguete a partir do Brasil. O voo não era tripulado e tinha como objetivo colocar em órbita equipamentos voltados à coleta de dados ambientais, testes de comunicação em órbita, monitoramento de fenômenos solares e validação de tecnologias de navegação.
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o foguete apresentou uma anomalia logo após a decolagem e colidiu com o solo. Técnicos da empresa sul-coreana Innospace e de instituições brasileiras analisam os dados para entender as causas do acidente e os impactos sobre as cargas.
Quais eram os satélites e experimentos a bordoEntre os dispositivos que estavam no HANBIT-Nano estão satélites desenvolvidos por universidades brasileiras, startups e empresas estrangeiras, além de experimentos tecnológicos:
Satélite Jussara-K
Desenvolvido pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em parceria com startups e instituições nacionais, o satélite tinha como missão coletar dados ambientais em regiões de difícil acesso, contribuindo para pesquisas climáticas e ambientais.
Satélites FloripaSat-2A e FloripaSat-2B
Criados pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os dois satélites seriam usados para testes de comunicação em órbita, validando tecnologias que permitem a troca de dados entre dispositivos espaciais.
Desenvolvido pela UFMA em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a startup PION, o dispositivo levaria ao espaço mensagens produzidas por alunos da rede pública de Alcântara, com foco educacional e científico.
Desenvolvido pela AEB em parceria com as empresas Concert Space, Cron e HORUSEYE TECH, o satélite tinha como objetivo determinar com precisão velocidade, posição e altitude, tecnologia que pode ser aplicada futuramente em drones, veículos terrestres e embarcações.
Criado pela empresa indiana Grahaa Space, o satélite seria responsável por monitorar fenômenos solares que podem afetar comunicações, sistemas de navegação e outras tecnologias na Terra.
Desenvolvido pela empresa brasileira Castro Leite Consultoria (CLC), o experimento tinha como objetivo validar um algoritmo de navegação, com potencial uso em futuras missões espaciais.Havia ainda outro dispositivo da mesma empresa, mas, segundo a FAB, por solicitação do fabricante, apenas dados de um dos experimentos foram compartilhados oficialmente.
Investigação
A Innospace informou que segue analisando os dados do voo em conjunto com a Força Aérea Brasileira e outras instituições envolvidas. Novas informações sobre o impacto do acidente nas cargas úteis devem ser divulgadas após a conclusão das análises técnicas.
Foguete apresenta ‘anomalia’
O foguete sul-coreano HANBIT-Nano explodiu nesta segunda-feira (22), após ser lançado às 22h13, na Base de Alcântara, no Maranhão. Durante a transmissão, a equipe responsável exibiu a mensagem “We experienced an anomaly during the flight”, indicando que uma anomalia foi identificada durante o voo, o que resultou na explosão. (Veja o vídeo do lançamento acima).
O vídeo da transmissão acompanhou a trajetória do foguete por pouco mais de um minuto. Duas câmeras estavam localizadas nos estágios do foguete. Em um momento, o foguete consegue chegar a Mach 1 – que é quando a velocidade de um objeto espacial ultrapassa a velocidade do som.
Em seguida, o HANBIT-Nano segue em direção à orbita da Terra, até que chega a MAX Q – que é quando um objeto espacial alcança a maior intensidade da força aerodinâmica até chegar a atmosfera. Logo depois, a transmissão foi cortada pela Innospace, impossibilitando acompanhar o resto do voo.
O voo do foguete HANBIT-Nano teve pouco mais de um minuto de duração antes que a transmissão fosse interrompida. Durante esse tempo, foi possível observar o início da jornada espacial, mas logo após, o sinal foi cortado, impossibilitando o acompanhamento do restante do voo.
O voo não era tripulado. O foguete levava a bordo experimentos científicos e dispositivos tecnológicos, que seriam usados em pesquisas desenvolvidas por instituições do Brasil e da Índia.
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