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Economia

Preço da cesta de Natal sobe 4,5% em 2025, apontam dados de pesquisa Fipe

É uma alta menor do que a registrada no ano passado, quando passou de 9%.

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Montar a ceia de Natal e Ano Novo ficou mais caro, mas não impossível. Segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a cesta natalina subiu 4,53% em 2025, atingindo R$ 453,06. É uma alta menor do que a registrada no ano passado, quando passou de 9% — mas continua pesando no orçamento das famílias. Entre as maiores variações estão o peru, que subiu 13,62%, a azeitona (12,53%) e as caixas de bombons (10,81%). Já o azeite de oliva, após anos de escalada, caiu 23% graças à melhora da safra no exterior.

Para o professor de Economia Alexandre Miserani, organizar a ceia começa com clareza sobre o próprio orçamento. “Estamos entrando naquele período do ano em que muita gente esquece que dezembro e janeiro são meses pesados. Tem presente, viagem, IPVA, material escolar… Se a pessoa não se planejar, começa o ano no vermelho. A ceia não precisa ser ostentação. O importante é reunir a família com consciência”, destaca.

O educador financeiro Washington Mendes reforça que o planejamento deve vir antes do cardápio. “A ceia não pode passar de 10% da renda da família. Primeiro você vê quanto pode gastar; depois decide o que vai para a mesa. Se precisar substituir o peru por frango, substitui sem culpa”, orienta.

O economista Fabrizio Gammino explica que parte dos aumentos — especialmente das aves — tem relação direta com a demanda: “Todo mundo compra peru e chester ao mesmo tempo. A produção é sazonal, então o preço sobe. Já o azeite ficou mais barato porque a safra melhorou lá fora. É um movimento normal.”

Por isso, ele recomenda olhar para o carrinho com mais flexibilidade. “Se o bacalhau está muito caro, escolha outra proteína. Se o panetone premium está um absurdo, compre o tradicional. O importante é pesquisar e substituir quando fizer sentido.”

Consumidores já adaptam o cardápio

A aposentada Marly Passos sentiu o aumento no bolso e mudou o cardápio da família. “Carne vermelha está muito cara. Aqui agora é chester ou pernil, que rendem mais. Carne vermelha eu compro um pouquinho, faço desfiada com legumes. Antes cada um trazia um prato, mas ficava desigual. Agora a gente compra tudo junto e divide por pessoa”, conta.

A empresária Nuria Santos, de família portuguesa, sempre teve o bacalhau como prato principal, mas este ano precisou mudar. “O preço ficou inviável. Substituo, mas mantenho o tempero e o carinho. Tradição não é o prato, é a intenção”, afirma. “Este ano priorizei clima, não quantidade. Luxo agora é ter paz em janeiro”, completa.

Nutricionistas ensinam como economizar sem perder sabor

A nutricionista Paula Daiany lembra que uma ceia bonita não exige ingredientes caros. “Dá para trocar cortes mais caros por sobrecoxa de frango, pernil ou até sardinha. Também vale apostar em farofas feitas em casa, legumes da estação e frutas como manga, melancia e abacaxi”, orienta.

Ela reforça que a combinação importa mais que o preço: “É saudável, barato e rende bem. O sabor está no tempero.”

Já a nutricionista Thays Pomini destaca que simplicidade não significa ceia pobre. “A ceia pode ser nutritiva e bonita sem pesar no bolso. Preparações simples e alimentos da estação rendem muito e ajudam a controlar o orçamento. Um frango assado bem temperado, uma salada caprichada e uma farofa com ovos já fazem uma mesa completa”, diz.
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Thays também ensina substituições que aliviam o orçamento. “Castanhas podem ser substituídas por amendoim torrado. Frutas secas importadas podem dar lugar às versões nacionais. Cortes mais baratos de frango ou suíno funcionam muito bem. No fim das contas, é o tempero que determina o sabor — não o preço do ingrediente”, frisa.

Ela ainda reforça a importância de planejar as quantidades e aproveitar as sobras com segurança: “As sobras devem ser refrigeradas logo após a ceia e consumidas em até três dias. Com criatividade, viram saladas, sanduíches, tortas e arroz de forno. O maior desperdício acontece quando fazemos quantidade excessiva.”

Substituições para fazer na ceia

– Troque as castanhas por amendoim torrado;

– Frutas secas importadas (damasco, nozes) por frutas nacionais (banana-passa, uva-passa, manga seca);

– Carnes caras (peru, chester, bacalhau) por frango assado, pernil, lombo;
– Frutas frescas importadas por frutas da estação (manga, abacaxi, melancia);

– Acompanhamentos prontos por farofa com ovos, salada de legumes, arroz com lentilha;

– Receitas com muitos ingredientes por preparações simples com poucos itens e bom tempero.
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