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Democrata, muçulmano e socialista Zohran Mamdani é eleito prefeito de Nova York

Imigrante, deputado estadual Zohran Mamdani bateu figurão do partido em primárias e é visto como sopro de renovação.

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O democrata Zohran Mamdani venceu na terça-feira as eleições a prefeito de Nova York, tornando-se o primeiro muçulmano a ser escolhido para comandar a maior cidade dos EUA, aos 34 anos. A vitória do jovem socialista encerra um processo eleitoral marcado por conquistas sobre nomes importantes do partido democrata, incluindo o ex-governador Andrew Cuomo, e superando a pressão do presidente americano, Donald Trump, que prometeu cortar verbas da cidade em caso de vitória do candidato, a quem caracteriza como um comunista.

Ao longo da campanha, Mamdani apresentou o contraste entre a metrópole curtida por ricos e turistas, e a cidade real, com seus milhares de moradores incapazes de, ao mesmo tempo, pagar o aluguel nos bairros gentrificados, a creche dos filhos, o supermercado e o transporte.

Bonito, nascido na capital de Uganda, filho de um eminente professor da Universidade Columbia e de uma celebrada diretora de cinema indiana, Mina Nair, indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro, o prefeito eleito mora com a família em uma casa de classe média no Queens. A cara de Nova York.

Popular entre os jovens

Ao usar as redes sociais de forma tão divertida quanto didática, Mamdani viu seus números entre os jovens explodir. Seu exército de apoiadores voluntários, que remeteram estrategistas democratas, entre eles Donna Brazile, aos primeiros anos de um certo Barack Obama em Chicago, impulsionou-o à vitória nas primárias democratas em junho. Derrotou o candidato favorito da cúpula do partido, o ex-governador Andrew Cuomo, filho do também ex-governador Mario Cuomo, cotado para a Presidência nos anos 1980.

O mesmo Andrew Cuomo que foi afastado do comando do estado após seguidas denúncias de assédio sexual decidiu se reapresentar aos nova-iorquinos como candidato independente, recebendo o apoio de Trump na reta final da campanha — o que não foi suficiente para garantir sua vitória.

Sem medo de se mostrar do tamanho da cidade que pretende governar, Mamdani não se furtou de tratar de temas de política internacional. Classificou publicamente de genocídio a resposta militar de Israel em Gaza aos ataques terroristas de outubro de 2023. Mandou avisar a Benjamin Netanyahu que, eleito, ordenaria sua prisão caso visitasse a cidade. Muçulmano, foi acusado por adversários, inclusive no Partido Democrata, de antissemita, o que refutou em discursos sóbrios de retórica sofisticada.

Antes de se eleger deputado estadual, Mamdani, que se especializou em Estudos Africanos, dedicou-se a ajudar imigrantes pobres a não serem ludibriados por espertalhões do mercado imobiliário local. Agora almeja comandar a cidade quando o país é gerido por um ex-magnata do setor, que o tacha de “comunista” e ameaça congelar investimentos federais na cidade se ele for eleito.


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