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Brasil

Fuzis apreendidos em operação no Rio de Janeiro tinham inscrições ‘Tropa de Manaus’ e ‘CV AM’

A polícia contabilizou 118 armas apreendidas, sendo 91 fuzis. O armamento tem o valor estimado pela polícia em torno de R$ 5,4 milhões.

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Entre os fuzis apreendidos pelas forças de segurança na megaoperação das forças de segurança nos complexos do Alemão e da Penha no Rio de Janeiro, que deixou mais de 100 mortos, pelo menos dois tinham a a marca “Tropa de Manaus” e, outro, a inscrição CV AM (Comando Vermelho do Amazonas).

— Entre os 113 presos na operação há traficantes de outros estados. As inscrições encontradas nas armas são indícios de que uma parte delas era usada por esses bandidos que vieram de fora do Rio — disse o delegado Carlos Oliveira subsecretário de Planejamento Operacional da Polícia Civil do Rio.

Com o uso de drones para lançar granadas contra os agentes, o tráfico demonstrou grande resistência para defender os principais quartéis-generais do Comando Vermelho. E que, ao entrar nas comunidades, os policiais também se depararam com a resistência de criminosos de outras regiões do país, que vieram para o Rio em busca de abrigo nas favelas e passaram a reforçar o “exército” do tráfico carioca, principalmente nas áreas de mata.

Dos 113 presos, pelo menos 33 eram de fora do Rio de Janeiro, segundo a Polícia Civil. Em um levantamento interno, a corporação identificou a origem de 28 deles: 18 da Bahia, 3 de Pernambuco e 4 do Pará. Outros três foram identificados como vindos de Santa Catarina, Espírito Santo e Maranhão.

Fontes das polícias civis de outros estados afirmam que cada comunidade do Rio funciona de um jeito, mas que os criminosos que buscam refúgio no Rio precisam colaborar com a proteção do território, fazendo “plantões” e exibindo armamentos pesados.

Um pastor da Penha, sob anonimato, afirmou ser comum a presença desses forasteiros na mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, localizada no Complexo da Penha. Foi lá que a maior parte do confronto com a polícia aconteceu durante a megaoperação.

— Quem fica na região de mata é o pessoal do Pará, da Bahia, de Goiás e até do Amazonas. Eles ficam de plantão por lá, mas não conhecem bem a região, nem o modo de operação da polícia. Por medo, costumam andar em grupos e acabam virando alvos fáceis — relatou.

A polícia continua realizando identificação dos mais de 100 mortos, então ainda não há informação de quantos são de outras regiões do país. O subsecretário operacional da Polícia Civil, delegado Carlos Oliveira, afirmou que muitas lideranças de fora já foram identificadas no Rio.

— Temos informações de inteligência de que chefes do crime de outros estados estão vindo para o Rio, instalando-se nesses complexos e encontrando ali relativa tranquilidade para manter seus negócios e ordenar execuções em seus estados de origem — afirmou.

Para o secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, o Comando Vermelho sofreu o maior baque imposto pela polícia desde o início da história da facção.

— O Comando Vermelho está presente em praticamente todos os estados do Brasil, disputando território e trazendo suas lideranças para se esconderem nesses QGs. A operação das forças de segurança atacou o coração do CV, e eles sofreram um golpe como nunca antes em sua história — declarou.

A polícia contabilizou 118 armas apreendidas, nesta terça-feira, durante a megaoperação policial que aconteceu no Complexo do Alemão e no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio. Deste total, 91 eram fuzis. O armamento tem o valor estimado pela polícia em torno de R$ 5,4 milhões.

Segundo investigações ainda em andamento, parte dessas armas longas, e de alto poder de letalidade, foram encontradas nas mãos de traficantes de outros estados. Eles estavam abrigados nas duas comunidades que têm territórios controlados pela facção criminosa CV.


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