Polícia Civil informa que prendeu casal em mansão de Manaus com cocaína negra, fabricada para burlar cães farejadores e narcoteste

A Polícia Civil do Amazonas (PCAM) informou que prendeu um homem e uma mulher, de 51 e 45 anos, em flagrante por tráfico de drogas. Eles guardavam 50 quilos de dois tipos de cocaína, avaliados em R$ 19,5 milhões, sendo 34 quilos de cocaína negra, modificada quimicamente, para não ter cheiro e passar despercebida por cães farejadores e ser resistente ao narcoteste, que usa reagente para identificação do narcótico.

Segundo a PCAM, a dupla foi presa por guardar o material e ficou constatado que a droga seria enviada para a Austrália.

A cocaína negra é um tipo de droga considerado perfeito para exportação. Sua capacidade de driblar as autoridades é refletida inclusive no preço da substância, quase dez vezes o valor da cocaína comum. A cocaína preta (ou coca negra, em espanhol) é uma mistura de base de cocaína comum ou cloridrato de cocaína com várias outras substâncias.

Essas outras substâncias são adicionadas para camuflar a aparência típica (pigmentos e corantes, por exemplo, carvão), para interferir em testes de drogas baseados em cores (misturar tiocianatos e sais de ferro ou sais de cobalto forma complexos vermelhos profundos em solução), para tornar a mistura indetectável por cães farejadores de drogas (o carvão ativado pode absorver suficientemente os odores residuais).

Como o resultado geralmente é preto, ele é geralmente contrabandeado como toner, pó para impressão digital , fertilizante , pigmento , molduras de metal, ou carvão. A base de cocaína pura pode ser recuperada da mistura por extração (base livre) ou extração ácido-base (cloridrato) usando solventes orgânicos comuns , como cloreto de metileno ou acetona . Um segundo processo é necessário para converter a base de cocaína em cloridrato de cocaína em pó.

A cocaína preta foi detectada em Bogotá , Colômbia, em maio de 1998. Em 2008, um novo tipo de cocaína preta foi descoberto pela polícia na Espanha. Ela havia sido fabricada em folhas semelhantes a borracha e transformada em bagagem. Em 2021, 860 kg de cocaína preta disfarçada de carvão, em 30 sacos entre 1.364 sacos de carvão, foram apreendidos na Espanha, uma das maiores apreensões de cocaína registradas na região.