Apuí e Lábrea, no Amazonas, são os campeões em desmatamento nos últimos 12 meses, apontam dados do Imazon

Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgados quinta-feira (28/08), revelam que apenas 10 dos 772 municípios da Amazônia Legal são responsáveis por quase 30% do desmatamento na região nos últimos 12 meses. Os municípios de Apuí e Lábrea, localizados no estado do Amazonas, são os campeões em desmatamento.

Segundo o estudo, apenas esses dois municípios perderam uma área equivalente a quase 30 mil campos de futebol (140 e 137 km² de vegetação nativa). Colniza, Marcelândia e União do Sul, localizados no estado de Mato Grosso; Uruará, Portel, Itaituba e Pacajá, no estado do Pará; e Feijó, no Acre, aparecem na sequência.

O Imazon também fez uma comparação da situação nesses municípios em relação ao mesmo período em agosto de 2022. O resultado mostra que, no ano passado, o desmatamento nessas áreas foi menor.

De acordo com a pesquisadora do Imazon, Larissa Amorim, “em relação ao registrado entre agosto de 2022 e julho de 2023, o calendário passado representou uma redução de 46% no desmatamento. Porém, agora tivemos esse leve aumento, o que alerta para a urgência em combater a derrubada nessas áreas mais pressionadas”.

A razão para esse aumento se dá principalmente pelas grandes áreas afetadas por queimadas nos meses de setembro e outubro de 2024. O Imazon também explica que a degradação florestal é um fator que colabora, porque aumenta a emissão de carbono e deixa a Amazônia ainda mais vulnerável.

O Instituto faz o alerta de que as autoridades precisam olhar com mais atenção para esse crescimento no desmatamento.

Estados

Os rankings dos estados que mais desmataram e mais degradaram a Amazônia entre agosto de 2024 e julho de 2025 segue a mesma ordem nos três primeiros lugares: Pará, Mato Grosso e Amazonas. Juntos, esses estados foram responsáveis por 76% do desmatamento e 87% da degradação florestal na Amazônia nos últimos 12 meses.

No caso do desmatamento, tanto Pará quanto Mato Grosso apresentaram aumento na área derrubada em relação ao calendário passado, de 6% e de 31%, respectivamente. Outro estado que apresentou crescimento na devastação foi o Tocantins, de 8%.

Já em relação à degradação, a maioria dos estados apresentou aumento, sendo os mais expressivos Rondônia (1.200%), Mato Grosso (852%) e Pará (449%). Apenas dois estados tiveram redução na área degradada: Tocantins (-10%) e Roraima (-99%).