Brasil
Pesquisa do IBGE aponta que, na Região Norte, 93,9% das casas possuem geladeira e 55,4% têm máquina de lavar
Dados são da Pnad Contínua de Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (22/08).

Na Região Norte 14,4% das residências ainda queimam lixo na própria moradia, só 31,2%, têm acesso à rede geral de esgoto, 61,7% recebem abastecimento de água via rede geral, 99,8% tem acesso à energia elétrica via rede geral, 70% domicílios próprios já foram pagos (a maior proporção do País) , 93,9% possuem geladeira e 55,4% têm máquina de lavar.. Esses são alguns dos dados sobre a região, da Pnad Contínua de Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (22/08).
A pesquisa mostra que, em 2024, 93,1% dos domicílios no Basil eram atendidos por coleta de lixo, seja diretamente na propriedade (86,9%) ou coletado em caçamba (6,2%). A coleta direta de lixo destacou-se pelo crescimento na cobertura desde 2016, quando era de 82,7%. O Nordeste teve a maior alta desse indicador, passando de 67,5% para 78,4% no mesmo período, apesar de ter a menor cobertura entre as grandes regiões. Nas áreas rurais, a proporção de moradias com coleta direta de resíduos era de 33,1%, enquanto em áreas urbanas alcançava 93,9% dos lares.
Apesar do aumento gradativo na coleta direta nos últimos anos, cerca de 4,7 milhões de domicílios (6,1%) ainda queimam lixo na própria moradia em 2024. Norte e Nordeste têm 14,4% e 13,1% de domicílios com essa prática, respectivamente, as maiores proporções entre as grandes regiões, totalizando 3,5 milhões de lares. No entanto, a queima de lixo diminuiu em relação a 2016, quando chegava a 18,6% dos domicílios do Norte, e 17,2% do Nordeste.
Nas áreas rurais, a queima de lixo é uma prática de mais da metade (50,5%) das propriedades, seguida pela coleta direta (33,1%) e coleta em caçamba (11,7%).
Ainda em relação às áreas rurais, a PNAD Contínua mostra que apenas 9,4% dos domicílios tinham escoamento do esgoto feito pela rede geral ou fossa séptica ligada à rede geral em 2024, enquanto essa proporção chegava a 78,1% em áreas urbanas. No total de domicílios do país, esse indicador aumentou de 68,1% em 2019 para 70,4% em 2024.
Entre os domicílios em situação rural no país em 2024, 36,8% (3,2 milhões) possuem fossa séptica não ligada à rede, enquanto 53,8% (4,6 milhões) utilizam outro tipo de esgotamento, como fossa rudimentar não ligada à rede, vala, escoamento direto para áreas fluviais. Nas áreas urbanas, tais formas de destinação de dejetos são usadas por 12,4% (8,5 milhões) e 9,5% (6,5 milhões), respectivamente, dos domicílios.
As menores estimativas de acesso à rede geral de esgoto foram no Norte, Nordeste, Centro-Oeste. No entanto, essas grandes regiões tiveram os maiores crescimentos entre 2019 e 2024, passando de, respectivamente, 27,2% para 31,2%, 46,7% para 51,1% e 59,5% para 63,8%. Já o Sudeste chegou a 90,2%, enquanto o Sul, 70,2%
Outro tipo de esgotamento sanitário foi estimado em 14,4% dos domicílios do país em 2024, indicando que 11,1 milhões de moradias lançam seus dejetos em fossa rudimentar, vala, rio, lago ou mar. Essa proporção foi mais alta no Norte (36,4%), com 2,1 milhões de domicílios nessa condição, superando a estimativa daqueles que tinham a rede geral como destino (24,7%). O Nordeste também apresenta elevado percentual de outro tipo de esgotamento (25,1%), o que corresponde a cinco milhões de domicílios, enquanto o Sudeste tem a menor proporção (5,6%), com 1,9 milhão de lares que destinavam dejetos dessa forma.
Rede de água
Em 2024, 86,3% dos domicílios tinham acesso à rede geral de abastecimento de água (66,7 milhões), frente a 85,8% em 2016. Dos que tinham acesso, a disponibilidade de água era diária em 88,4%, de quatro a seis vezes na semana em 5,0% e de uma a três vezes na semana em 4,6%. O uso de poço profundo ou artesiano (7,5%), de poço raso, freático ou cacimba (2,7%), de fonte ou nascente (1,8%), bem como de outra forma (1,7%) foram meios de abastecimento de água menos frequentes.
Já entre os 8,9 milhões de domicílios rurais, apenas 31,7% são abastecidos predominantemente por rede geral, o equivalente a um em cada três lares. A maior parte dos domicílios rurais recorrem a outras formas de abastecimento de água: 30,8%, por poço profundo ou artesiano; 12,9%, poço raso, freático ou cacimba; 13,3%, fonte ou nascente; e 11,2% são abastecidos, principalmente, por outra forma, incluindo rios, açudes e caminhão-pipa.
Entre os 68,5 milhões de domicílios em áreas urbanas, 93,4% têm a rede geral como a principal forma de abastecimento de água. Essa proporção é de 70,8% na zona urbana do Norte, a única grande região abaixo de 90%. No Sudeste, chega a 96,6%.
Regionalmente, para o total de domicílios, o abastecimento de água via rede geral varia de 61,7%, no Norte, a 92,5%, no Sudeste. A Região Nordeste (72,6%) apresenta a menor cobertura diária de abastecimento, enquanto a Sul (95,8%), a maior. O Norte assinala os maiores percentuais de domicílios em que a principal fonte de abastecimento de água é poço profundo ou artesiano (22,0%), ou poço raso, freático ou cacimba (11,2%). O Nordeste, por sua vez, apresenta o maior percentual de utilização de outra forma de abastecimento (5,2%), sendo 1,7% a média nacional desse tipo de proveniência.
Energia elétrica
O acesso à energia elétrica chegava a 99,8% das 77,3 milhões de moradias do país em 2024, seja via rede geral, seja via fonte alternativa. Esse elevado percentual variou de 99,4% na Região Norte, chegando a 99,7% no Nordeste, e 99,9% no Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
A energia elétrica é proveniente da rede geral em 99,3% do total de domicílios, sendo que 98,4% têm disponibilidade em tempo integral. Entre as grandes regiões, a proporção de moradias com energia em tempo integral é de 98,6% no Sudeste; 98,5% no Sul; 98,4% no Nordeste; 98,1% no Centro-Oeste; e 97,8% no Norte.
Domicílios em área urbana e rural também tem elevada cobertura de energia elétrica, respectivamente, 99,9% e 99,2%. No entanto, o percentual de residências rurais que dispõem de energia proveniente de rede geral era mais baixo (97,4%), notadamente no Norte (85,2%). Nessa região, considerando-se a rede geral e fontes alternativas, 97,1% dos domicílios rurais tinham acesso à energia elétrica, o que revela a importância de fontes alternativas como única fonte desse serviço para a população nessas localidades.
Alvenaria ou taipa
Do total de domicílios do país em 2024, 89,3% (69 milhões) possuem paredes externas de alvenaria/taipa com revestimento. Esse contingente representa uma alta de 2,0% em relação a 2023 e de 17,4% frente a 2016, crescimento maior que o do número de domicílios no país, que foi de 15,9%. Essa proporção variou de 71,2%, no Norte, a 94%, no Sudeste. A Região Sudeste apresentou queda na proporção de domicílios nessa categoria, passando de 95,2% para 94%.
O Norte é a grande região com a menor proporção de domicílios com parede de alvenaria ou taipa com revestimento, porém indicou o maior crescimento. “Esse movimento de alta pode ser explicado por ser uma localidade com mais espaço para expandir dada a sua cobertura menor. Além disso, pode estar relacionado ao próprio aumento da renda domiciliar per capita”, avalia o analista da pesquisa.
Piso de cerâmica
Em 2024, o piso era de cerâmica, lajota ou pedra em 82,3% (63,6 milhões) dos domicílios, predominando em todas as grandes regiões: de 69,3%, no Norte, a 89,4%, no Centro-Oeste. Em 11,5% (8,9 milhões) dos domicílios, o piso era de cimento, enquanto em 5,7% (4,4 milhões), de madeira apropriada para construção. Outro material, incluindo madeira aproveitada de embalagens, tapumes ou andaimes, era utilizado em 0,5% (395 mil) dos domicílios.
Domicílios alugados
Em 2024, do total de domicílios do país, 23,0% eram alugados. O número de domicílios alugados passou de 12,3 milhões, em 2016, para 17,8 milhões, em 2024, um aumento de 45,4% (5,6 milhões a mais). Quase metade (2,6 milhões) dessa variação no total de domicílios alugados aconteceu de 2022 para 2024. Na comparação com 2023, o crescimento foi de 5,3% (896 mil domicílios), e de 2022 para 2023, de 11% (1,7 milhão).
A maior parte dos domicílios, 61,6% (47,7 milhões), eram próprios já pagos, e 6,0% (4,7 milhões) eram próprios, porém ainda pagando. De 2016 para 2024, houve uma contínua redução de domicílios próprios, principalmente entre os já pagos (66,8% em 2016).
Norte (70,0%) e Nordeste (69,6%) registraram as maiores estimativas de domicílios próprios já pagos em 2024, mesmo com redução desde 2016, quando eram 74,2% e 73,1%, respectivamente. Centro-Oeste (30,8%), Sudeste (25,4%) e Sul (23,0%) apresentaram os maiores percentuais de domicílios alugados. No Centro-Oeste, destaque também aos imóveis cedidos, que representavam 10,7% dos domicílios da região.
Posse de motocicletas
No país, quase a metade (48,8%) dos domicílios possuem automóvel; 25,7%, motocicleta; e 13,4%, ambos. O Sul apresenta o maior percentual de posse de automóvel (69%). Já Nordeste e Norte têm as menores proporções desse bem (28,8% e 29,7%, respectivamente), sendo as únicas regiões onde a posse de motocicleta (37,9% e 33,5%, respectivamente) superou a de automóveis. Já o Sudeste tem a menor proporção de domicílios onde havia motocicleta (19,4%), enquanto o Centro-Oeste tem maior percentual de lares com posse de ambos os bens (18,7%).
A PNAD Contínua revela também que 98,3% dos domicílios possuem geladeira, percentual que variou entre 93,9%, no Norte, e 99,4%, no Sul. Com cobertura bem abaixo, a máquina de lavar roupa está presente em 70,4% dos domicílios, com diferenças regionais acentuadas: Nordeste (40,5%) e Norte (55,4%) apresentam os menores percentuais, enquanto Sul (90,0%), Sudeste (82,3%) e Centro-Oeste (81,5%), os maiores.
Em relação a 2016, Norte e Centro-Oeste têm os maiores crescimentos na proporção de domicílios com máquina de lavar, 14,4 p.p. e 14,6 p.p., respectivamente.
“Quando a família passa a ter maior rendimento, ela busca por mais bem-estar. A máquina de lavar é um item que facilita muito a vida de uma família por motivos óbvios. Os veículos proporcionam também esse aumento de bem-estar, a possibilidade de fazer passeios, de turismo”, avalia William.
Mulheres
Em 2024, as mulheres correspondiam a 51,2% da população do Brasil, enquanto os homens totalizavam 48,8%. Em todas as grandes regiões, há mais mulheres do que homens.
A razão de sexo indica haver 95,2 homens para cada 100 mulheres no Brasil. A concentração de homens mostrou-se mais elevada na Região Norte, com 99,3 homens para 100 mulheres, ao passo que as regiões Nordeste (93,0) e Sudeste (94,9) apresentam as menores razões de sexo.
A PNAD Contínua: Características Gerais dos Domicílios e Moradores reúne informações sobre tipo e condição de ocupação, material predominante das paredes, piso e telhado, serviços de saneamento básico e energia elétrica e posse de bens, dados referentes à caracterização dos domicílios.
Já a caracterização dos moradores apresenta informações sobre distribuição da população, sexo e grupos de idade, cor ou raça e unidades domésticas (arranjos domiciliares). Os dados estão desagregados para Brasil, grandes regiões, unidades da federação, regiões metropolitanas e municípios de capitais.
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