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Covid-19 no Amazonas: metade dos leitos pediátricos do Delphina Aziz está ocupada, diz FVS

De acordo com o órgão, desde o início da pandemia de Covid-19 no Amazonas, em março, foram confirmados 635 casos da doença em crianças, com 107 internações. Três adolescentes e duas crianças morreram

Nesta terça-feira (2), metade dos 42 leitos pediátricos exclusivos para pacientes com Covid-19 do Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz encontrava-se ocupada, sendo quatro pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 17 em enfermaria clínica. Os dados são da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS).

De acordo com o órgão, desde o início da pandemia de Covid-19 no Amazonas, em março, foram confirmados 635 casos da doença em crianças, com 107 internações. Três adolescentes e duas crianças infectados pelo novo coronavírus morreram no Estado.

Ainda segundo a FVS, das 635 infecções em crianças confirmadas no Estado, 540 pacientes são considerados recuperados e 95 estão em isolamento domiciliar. As duas crianças e três adolescentes que morreram tinham comorbidades como leucemia e doença renal crônica.

Não há registro local de síndromes associadas à Covid, como a Síndrome Inflamatória Multisistêmica Infantil (MIS-C), que pode evoluir para problemas cardíacos, renais e neurológicos e levar à morte. Casos assim foram reportados, até o momento, em países como Estados Unidos, Itália e Inglaterra.

Mesmo sendo menos afetadas pela Covid-19, com menores chances de agravamento e muitas vezes sem desenvolver nenhum sintoma, as crianças requerem atenção e cuidados na prevenção, como destacado pela Organização Mundial da Saúde. “Sabemos que as crianças podem ser infectadas e que elas podem morrer por essa doença. Não podemos dizer universalmente que é leve em crianças”, disse a diretora de doenças e zoonoses emergentes da organização, Maria van Kerkhove.

O assunto gera preocupação no momento em que se discute a volta às aulas presenciais, previstas no plano de reabertura do governo do Amazonas para acontecerem no dia 6 de julho, nas instituições privadas – ainda não há data para o retorno das unidades públicas. “Mesmo com as notícias de que houve uma redução nos óbitos por coronavírus, não estou segura em mandar meu filho de volta para a escola. Sei que apesar de ter mantido com ele uma rotina de higiene das mãos, longe de mim será difícil manter. O uso da máscara é desconfortável para um adulto, imagina se uma criança vai ter a preocupação de não levar as mãos ao rosto e pegar a máscara pelas alças. Estou disposta a conversar com a escola para não mandá-lo até que a situação se normalize de fato”, disse a engenheira civil Leida Sicsú, mãe do pequeno Pedro, de 7 anos.

O receio é compartilhado pela administradora hospitalar Vera Viegas, mãe da Clarice, de 9 anos. Mesmo preocupada com o impacto psicológico do confinamento sobre a filha e observando as falhas das instituições no ensino remoto, ela diz não sentir segurança em uma volta às aulas presenciais em julho. “Acho que nenhuma mãe se sente segura. As escolas, a meu ver, não estavam preparadas para essa pandemia em relação ao estudo remoto, que deixa muito a desejar. No entanto, a gente tem que pensar no bem maior, que é a vida. Voltar nesse momento em que as coisas começaram a melhorar, não vejo com bons olhos. Eu preferiria sinceramente que as aulas voltassem somente em agosto”, afirmou.


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