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Cúpula do Brics termina nesta segunda com declaração sobre saúde e clima

Presidente Lula recebeu líderes de países do bloco durante encontro no Rio de Janeiro ao longo do fim de semana.

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A Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, entra no último dia nesta segunda-feira (7). Ao longo do fim de semana, o presidente Lula recebeu líderes mundiais na capital fluminense e participou de sessões plenárias que levaram à declaração final da reunião do grupo.

Relembre o que aconteceu na Cúpula do Brics

O fim de semana movimentado no Rio de janeiro começou com o Fórum Empresarial do Brics- liderado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) – que reuniu representantes do setor privado dos países do bloco no sábado (5).

Além do presidente Lula, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também participaram.

Os brasileiros defenderam o multilateralismo, criticaram politicas protecionistas e destacaram o potencial brasileiro para a transição climática global.

“Diante do ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional. O Brics segue como fiador de um futuro promissor”, afirmou Lula.

Depois do fórum, o presidente Lula se deslocou ao Forte de Copacabana, onde fez seis reuniões bilaterais com chefes de Estado e de governo de países do Brics.

A última foi com o primeiro-ministro da China, Li Qiang. O presidente pediu a reabertura do mercado chinês para compras de frango do Brasil, depois de um surto de gripe aviária. Já o premiê chinês disse que Pequim está disposta a trabalhar com o Brasil para alavancar as vantagens complementares de cada país e expandir a cooperação em áreas como economia digital, economia verde, inovação científica, tecnológica e aeroespacial.

A Cúpula teve início oficialmente no domingo (6). Líderes da Índia, África do Sul, Egito, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e Etiópia foram recebidos por Lula no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Os presidentes da China, Rússia e Irã – Xi Jinping, Vladimir Putin e Masoud Pezeshkian – não compareceram, mas enviaram representantes. O líder russo também participou por videoconferência.

Na abertura, Lula discursou sobre o que considera serem as principais crises globais atuais: “Com o multilateralismo sob ataque, nossa autonomia está novamente em xeque. Avanços arduamente conquistados, como os regimes de clima e comércio, estão ameaçados”, afirmou.

O presidente também dedicou seu tempo de fala para discutir conflitos mundiais e o temor de uma guerra nuclear.

“É sempre mais fácil investir na guerra do que na paz […] O temor de uma catástrofe nuclear voltou ao cotidiano. As violações recorrentes da integridade territorial dos Estados, em detrimento de soluções negociadas, solapam os esforços de não proliferação de armas atômicas”, destacou.

Na presença do chanceler russo Sergey Lavrov, Lula afirmou que “é urgente que as partes envolvidas na guerra na Ucrânia aprofundem o diálogo direto com vistas a um cessar-fogo e uma paz duradoura.”

As posições defendidas pelo presidente brasileiro coincidem em grande parte com declaração final, divulgada durante a tarde de domingo. O texto, no entanto, adota um tom mais ameno em alguns pontos. Foram semanas de negociações entre delegados representantes dos países do bloco que resultaram em mais de 120 parágrafos e 38 páginas.

Entre os pontos de maior destaque, o bloco defende um cessar-fogo imediato, permanente e incondicional em Gaza, somado “à retirada completa das forças israelenses da Faixa de Gaza e de todas as demais partes do Território Palestino Ocupado; à libertação de todos os reféns e detidos em violação ao direito internacional; e ao acesso e entrega sustentados e desimpedidos da ajuda humanitária.”

Já sobre a Ucrânia, o Brics, que tem a Rússia como um de seus integrantes fundadores, adotou outro tom. O documento pede que “os esforços atuais conduzam a um acordo de paz sustentável”, mas não faz menção direta à agressão de Moscou contra Kiev.

Em relação ao conflito entre Israel e Irã, o grupo de países –que inclui Teerã entre os membros oficiais — declara: “Condenamos os ataques militares contra a República Islâmica do Irã, que constituem uma violação do direito internacional”. O texto não cita Israel nem os Estados Unidos diretamente. O bloco também expressou “preocupação com os crescentes riscos de perigo e conflito nuclear”.

Para além dos conflitos e guerras declaradas, as tensões econômicas e climáticas também entraram em pauta.

Os países do Brics cobraram a execução de financiamento climático, com verbas mais previsíveis e adequadas. A cobrança aos países mais ricos e historicamente poluentes — já abordada em outras reuniões do grupo — foi reiterada.

O bloco também criticou a imposição de tarifas unilaterais. O documento não cita o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas afirma que “o aumento indiscriminado de tarifas e de medidas não-tarifárias, seja na forma de protecionismo sob o disfarce de objetivos ambientais, ameaça reduzir ainda mais o comércio global”.

Outro documento importante divulgado na noite de domingo (6) foi a declaração do Brics sobre a governança global da inteligência artificial. O texto defende “soberania digital” dos países e regulação do mercado, além de alertar sobre o uso da IA para a desinformação.

Nesta segunda-feira, chefes de Estado e de governo dos países-membros, parceiros e de engajamento externo devem se reunir novamente para mais uma foto de família. Em seguida, participarão de uma sessão plenária para discutir Meio ambiente, COP30 e Saúde Global.

Até o fim do dia, o grupo deve divulgar as declarações finais sobre saúde e clima.


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