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É fake que golpistas conseguem bloquear celular se vítima apertar um número durante ligação

Relato falso que circula em app de mensagens diz que a pessoa teve seu celular hackeado e sua conta bancária zerada.

Um falso aviso sobre um “novo golpe do Pix” voltou a circular no WhatsApp. A mensagem afirma que, após receber uma ligação de um susposto número e pressionar o dois, a vítima teve seu celular hackeado e sua conta bancária zerada. Apesar do relato, especialistas esclarecem que não é possível invadir um celular ao apertar um número durante uma ligação.

A mensagem diz que um colega foi questionado durante a chamada se havia sido vacinado e, em caso de resposta positiva, deveria pressionar o 2. Após teclar o número, é relatado que, com o celular hackeado, foi realizado um Pix e, com isso, a conta bancária da pessoa foi limpa.

“Limparam a conta, fizeram PIX. Tudo muito rápido! Portanto, tome cuidado ao receber chamadas semelhantes. Coloque em seu grupo de bate papo. Avisa para seus familiares!”, diz trecho da mensagem.

Segundo Armando Kolbe Junior, especialista em tecnologia da informação e sistemas e segurança da informação gerencial e professor do Centro Universitário Internacional Uninter, pressionar um número durante uma chamada não dá acesso ao sistema operacional do celular, nem permite o controle remoto do aparelho. Ele explica que clonagens e invasões exigem métodos mais complexos, como o uso de links maliciosos, aplicativos falsos ou exploração de vulnerabilidades por meio de engenharia social.

— Essa mensagem trata-se de uma fake news, com características típicas de alarmismo digital. Ela usa um tom urgente, menciona um número de telefone genérico e apela para o medo coletivo para se espalhar. O objetivo muitas vezes é apenas viralizar ou até mesmo distrair do que seriam golpes reais.

Golpistas exploram temas sensíveis

Apesar da mensagem ser falsa, o professor destaca que temas sensíveis, como vacinação, saúde pública, auxílios governamentais e benefícios sociais, despertam emoções e tornam as pessoas mais vulneráveis: “os golpistas sabem disso e exploram esses assuntos para criar narrativas convincentes”, afirma.

Jailson de Souza Araújo, especialista em Direito Econômico e Digital e professor da Uninter, explica que, como a maioria dos golpes é acompanhada de um contexto que desperta uma sensação de urgência, é fundamental checar as informações antes de tomar qualquer atitude.

— Se for um assunto bancário, entre em contato diretamente com o seu banco; se for uma questão familiar, tente confirmar com parentes ou pessoas próximas antes de tomar qualquer atitude. O golpe geralmente tenta te impedir de pensar com clareza, e é exatamente isso que precisamos manter — diz.

Veja orientações para evitar cair em golpes:

Desconfie de mensagens alarmistas, com muitos de pontos de exclamação, uso de letras maiúsculas e que pedem para “compartilhar urgentemente”.

Nunca clique em links suspeitos nem forneça informações pessoais por telefone ou mensagem.

Instale aplicativos apenas pelas lojas oficiais.

Evite atender ou interagir com chamadas de números desconhecidos, especialmente se houver solicitações incomuns, como digitar números.

Use a autenticação de dois fatores em contas bancárias, e-mails e redes sociais.

Mantenha o sistema operacional e os aplicativos sempre atualizados.

Antes de tomar qualquer atitude, busque informações em fontes confiáveis, como sites oficiais, bancos ou órgãos de segurança.


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