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Trump anuncia decreto contra canudos de papel nos EUA: ‘De volta ao plástico’

Cético quanto às mudanças climáticas, presidente dos EUA visa a impulsionar exploração de hidrocarbonetos.

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O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (7) que assinará uma ordem executiva contra os canudos de papel ecologicamente corretos promovidos por seu antecessor, Joe Biden, e prometeu que os Estados Unidos voltarão a usar itens de plástico.

“DE VOLTA AO PLÁSTICO”, escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.

O presidente americano é um cético em relação ao aquecimento global que regularmente chama a transição energética de “fraude” e que promete impulsionar a exploração de hidrocarbonetos.

Seu antecessor, o democrata Biden, havia estabelecido uma meta por decreto executivo de eliminar o uso de utensílios plásticos descartáveis, incluindo canudos, em departamentos e agências federais até 2035, na medida do possível.

Canudos, assim como copos e talheres descartáveis, são itens comuns na vida cotidiana dos americanos, grandes consumidores de comida e bebidas para viagem e fãs de refeições entregues em casa. O canudo descartável não reciclável se tornou um dos principais símbolos globais da poluição por plásticos, especialmente nos oceanos.

Trump promete impulsionar petróleo

Em tempos de fúria de tempestades, ondas de calor e secas, a vitória do republicano na corrida eleitoral americana indicou um retrocesso no combate às mudanças climáticas. Com o bordão de campanha “perfure, querido, perfure”, ele assegurou que cumpriria a promessa de expansão da produção de petróleo e gás e a redução da regulação de emissões e de outras salvaguardas ambientais.

O indicado do republicano para a pasta de Energia em seu segundo governo, Chris Wright, defendeu antes da posse o desenvolvimento das fontes renováveis e citou a mudança climática como “um fato”. No entanto, também intercedeu a favor do petróleo e seus derivados, que estão entre as fontes que emitem carbono e outros gases do efeito estufa.

Fundador da companhia Liberty Energy, que entrega equipamentos à indústria do gás e do petróleo de xisto, Wright é conhecido por seu apoio à exploração de hidrocarbonetos, o que fez de sua escolha uma das surpresas de Trump. “Energia limpa, ou suja, não existe”, disse ele em vídeo no LinkedIn, no ano passado.

Sob liderança de Trump, o governo americano já está tomando medidas para reduzir as proteções às espécies em perigo de extinção e seus habitats, em uma tentativa de avançar com sua agenda energética rumo ao objetivo de estimular a exploração e produção de petróleo e gás.

Sem os EUA, nenhuma ação global contra as mudanças climáticas será efetiva o suficiente. O país é o maior produtor de petróleo do mundo, o segundo maior emissor de CO² e a nação com maior responsabilidade histórica sobre as emissões globais.

Uma análise realizada pela organização Carbon Brief estimou que a vitória de Trump poderia resultar num aumento de 4 bilhões de toneladas de CO2 nas emissões dos EUA até 2030, em comparação com os planos atuais de Joe Biden.

Esse valor seria suficiente para anular, duas vezes, os benefícios de todas as economias de emissões alcançadas com o uso de tecnologias limpas, como eólica e solar, em todo o mundo nos últimos cinco anos.

 


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