Mundo
Governo americano aumenta de US$ 15 milhões para US$ 25 milhões recompensa pela captura de Maduro
Os EUA também aplicaram sanções contra autoridades do regime venezuelano e de empresas estatais como a Petróleos da Venezuela.
No dia em que o ditador venezuelano Nicolás Maduro foi empossado pela terceira vez consecutiva, em Caracas, países que acusam a eleição de 28 de julho de fraudulenta e contestam a vitória do chavista, como os Estados Unidos e o Reino Unido, fizeram uma série de críticas e sanções contra a posse. Washington também elevou de US$ 15 milhões (R$ 91 milhões) para US$ 25 milhões (R$ 152 milhões) a recompensa por informações que possam levar à captura do líder chavista. O mesmo valor foi oferecido por informações sobre o ministro do Interior, Diosdado Cabello, considerado o número 2 do regime.
Maduro e Cabello são acusados pelo governo americano de narcoterrosimo. O Departamento de Estado também anunciou que continua vigente a denúncia contra o mandatário por envolvimento em operações para levar cocaína ao mercado dos EUA. Ofereceu ainda US$ 15 milhões por informações sobre o ministro da Defesa e chefe do Exército, Vladimir Padrino López, principal figura da cúpula militar venezuelana.
Os EUA também impuseram sanções a oito altos funcionários venezuelanos, incluindo o presidente da petrolífera PDVSA, o ministro dos Transportes e o chefe da Conviasa, a companhia aérea estatal, informou o Departamento do Tesouro nesta sexta. Foram sancionados porque “permitem a repressão de Nicolás Maduro e a subversão da democracia na Venezuela”, acrescentou. Autoridades americanas em uma entrevista coletiva por telefone qualificaram ainda a posse desta sexta como uma “farsa”.
Já o Ministério das Relações Exteriores britânico anunciou, sanções contra quinze funcionários de alto escalão do governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, o qual chamou de “fraudulento”. Em comunicado, a chancelaria destaca que “o resultado das eleições de julho não foi livre nem justo e seu regime não representa a vontade do povo venezuelano”.
As medidas são uma resposta imediata à posse de Maduro, em base a resultados eleitorais que os EUA e o Reino Unido, entre muitos outros países, não reconhecem por não apresentarem as atas que o comprovem. Em seu discurso, o ditador venezuelano acusou o governo Joe Biden de apoiar movimentos opositores que buscam “desestabilizar” o país. Poucos dias antes da cerimônia, Maduro ativou um plano militar em todo país após denunciar supostos planos para impedir sua posse.
Esses países também criticam a repressão do regime contra opositores, que recrudesceu em dois momentos-chave: logo após as eleições, em meio ao aumento de protestos contra os resultados divulgados, e poucos dias antes da possa. A ONG Foro Penal informou nesta sexta que houve 49 prisões políticas no país só em janeiro, sendo 42 desde o último dia 7, terça-feira.
Apesar disso, muitos opositores se reuniram na véspera em vários pontos e Caracas e outros estados do país para protestar com a posse. A líder da oposição, María Corina Machado, deixou a clandestinidade para liderar uma concentração em um bairro comercial da capital. No fim do evento, a oposição acusou o governo de deter temporariamente a ex-deputada, soltando-a logo após forçá-la a gravar vídeos. A detenção levou a uma enxurrada de críticas e condenações dos líderes e autoridades, que já acompanhavam de perto a situação política no país. O governo negou categoricamente a detenção, classificando-a como “mentira”.
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