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Amazonas

Governo do AM admite atrasos e diz que mandou pagar parte da dívida milionária a empresas médicas e de enfermagem

No ano passado, exatos 549 médicos das mais variadas especialidades deixaram de trabalhar em Manaus por atraso nos salários, de acordo com dados Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam).

O governo do Amazonas informou, em nota nota divulgada à imprensa nesta terça-feira, que pagou, em abril, R$ 68,6 milhões de dívidas atrasadas deste ano e do ano passado, da atual gestão, para empresas médicas e de enfermagem que prestam serviço para o Estado e mais R$ 15,9 milhões da gestão anterior para empresas médicas.

De acordo com o governo, ainda há dívidas neste setor a serem apuradas com as empresas e cerca de R$ 6,8 milhões ainda são pendentes do ano passado.

Segundo o governo do Estado, havia dívidas com 35 empresas que receberam em abril valores de competências diversas. Cerca de R$ 51,7 milhões foram pagos às empresas médicas e R$ 14.072.882,15 a empresas de enfermagem. Outras seis empresas que prestam os dois serviços (médico e enfermagem) receberam R$ 2.753.459,64. O governo também informou o pagamento de 50% de débito pendente de maior valor do ano de 2018.

No ano passado, exatos 549 médicos das mais variadas especialidades deixaram de trabalhar na cidade de Manaus, de acordo com dados Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam). O êxodo corresponde a cerca de 10% dos profissionais aptos a praticar medicina no estado.

O motivo para tal debandada tem uma explicação principal, afirma José Bernardes Sobrinho, presidente do Cremam. “O governo do Amazonas demora três, quatro, cinco meses para pagar os salários dos médicos. Eles acabam saindo para trabalhar em outras cidades onde eles vão receber em dia. Agora esses médicos fazem falta”, disse.

Antes o governo afirmava desconhecer o número citado pelo presidente do Cremam. Em nota, no mês passado, a Secretaria de Saúde (Susam) informou que não havia salário de servidor público atrasado, e todos os médicos estatutários recebem seus vencimentos regularmente. “Médicos prestadores de serviços por meio de empresas médicas contratadas pelo estado recebem pró-labore das empresas das quais fazem parte, como sócios ou cooperados”, disse.

Em março, enfermeiros terceirizados que atuam em unidades de saúde do Amazonas fizeram uma manifestação para cobrar os salários atrasados e melhores condições de trabalho, informando oito meses sem receber pagamentos. No último dia 27, funcionários do Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto realizam um protesto em frente a unidade de saúde contra a falta de equipamentos de proteção individual, aglomeração no ponto eletrônico, falta de pagamento de insalubridade, falta de alimentação adequada, falta de medicamentos (tamiflur), contra sobrecarga de trabalho e salários atrasados.


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