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Amazonas no Centro do Escândalo do “Rei do Lixo” – Famoso lobista que atua no Governo do amazonas faz parte do esquema bilionário

O esquema investigado pela PF envolvia desvios de recursos de emendas parlamentares destinados a estados e municípios, favorecendo contratos fraudulentos.

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Uma operação da Polícia Federal (PF) revelou que o Amazonas está envolvido em um esquema de fraude em licitações que movimentou quase R$ 1 bilhão em recursos de emendas parlamentares. O nome do estado aparece em uma planilha apreendida com o empresário Marcos Moura, conhecido como o “Rei do Lixo”, preso na semana passada. Moura, que faz parte do diretório nacional do União Brasil, é apontado como um dos articuladores do esquema.

A planilha, peça-chave na investigação, detalha valores, responsáveis, projetos e contratos relacionados a supostas fraudes em pelo menos 12 estados. No Amazonas, um famoso lobista estaria ligado diretamente ao esquema, operando nos bastidores do governo estadual. Os valores atribuídos ao estado somam R$ 18,8 milhões.

Esquema de alcance nacional

O esquema investigado pela PF envolvia desvios de recursos de emendas parlamentares destinados a estados e municípios, favorecendo contratos fraudulentos. Estados como São Paulo e Rio de Janeiro lideram a lista com os maiores valores: R$ 245 milhões e R$ 89,6 milhões, respectivamente.

Além das capitais, o esquema abrangeu cidades do interior de vários estados, todas ligadas, direta ou indiretamente, ao União Brasil. Entre as cidades mencionadas estão Niterói e São João de Meriti (RJ), além de Bragança Paulista e Guarujá (SP).

A Conexão do Amazonas

No Amazonas, os R$ 18,8 milhões citados na planilha se referem a contratos que, segundo a PF, foram diretamente negociados por Marcos Moura. O documento descreve Moura como peça central nas articulações fraudulentas em estados como Amazonas, Rio de Janeiro, Goiás e Amapá.

A PF destacou que “MM” (referência a Marcos Moura) aparece como responsável direto em contratos que totalizam mais de R$ 200 milhões. “A planilha agora analisada reforça e corrobora as evidências já submetidas a este juízo, consolidando o vínculo de Moura com as atividades ilícitas investigadas”, afirma o relatório da PF.

Partido União Brasil no Foco

Todas as localidades citadas na planilha têm vínculos com o União Brasil, partido ao qual Moura é filiado. O empresário foi indicado ao diretório nacional pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. A Polícia Federal da Bahia, que lidera a operação, afirmou que o caso tem potencial de se tornar uma nova Lava Jato.

Próximos Passos

Enquanto tenta liberdade em Brasília com o auxílio de uma equipe jurídica de peso, Marcos Moura permanece no centro das investigações. A PF segue analisando documentos apreendidos, que podem ampliar o alcance do caso.
Este escândalo coloca o Amazonas sob os holofotes, com a possibilidade de novos desdobramentos envolvendo figuras locais e nacionais. A operação da PF revela não apenas o impacto do esquema nos cofres públicos, mas também as profundas conexões políticas que sustentavam essas atividades ilícitas.

Patrimônio multimilionário

Um dos possíveis alvos de uma delação do empresário Marcos Moura, preso como ‘rei do lixo’ pela Polícia Federal, o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, está sob intenso escrutínio não apenas por sua trajetória política, mas também pelo significativo patrimônio que acumulou nos últimos anos. Conforme revelou uma reportagem publicada no UOL em meados deste ano, Rueda acumulou um patrimônio multimilionário, composto por veículos de luxo, imóveis em áreas nobres de Brasília e supostos bens de alto valor, como um jatinho e um iate Azimut 80.

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Antônio Rueda (Foto: Reprodução/CNN)

Em apenas quatro anos, Rueda adquiriu uma McLaren, dois Porsches, duas Mercedes, uma Land Rover, além de uma residência e dois terrenos em um dos bairros mais valorizados da capital federal. A maioria dessas aquisições ocorreu a partir de 2021, período que coincide com sua ascensão no União Brasil e o fortalecimento de suas alianças com figuras influentes na direita, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Reportagem do Uol destaca que o capital político de Rueda está fortemente respaldado pelos recursos dos fundos eleitoral e partidário. O União Brasil recebeu cerca de R$ 865 milhões em 2024, o terceiro maior montante entre os partidos, atrás apenas do PL e do PT. Como presidente do partido, Rueda tem a responsabilidade de destinar esses recursos, consolidando sua influência no cenário político nacional. Além disso, ele exerce influência direta sobre as emendas parlamentares do partido, que agora estão na mira da Polícia Federal, desde a prisão do “rei do lixo”.

O empresário e deputado federal Luciano Bivar (União Brasil-PE), ex-presidente nacional do União Brasil e antigo mentor de Rueda, levantou suspeitas sobre o enriquecimento rápido do político. Em entrevista ao Brasil 247, diretamente de Miami, Flórida, onde está de férias com a família, Bivar afirmou que “essa milícia do Rio de Janeiro é trombadinha perto do que políticos da cúpula do partido fazem”. Ele acrescentou: “Acho que não houve um esquema de corrupção tão grande quanto este do União Brasil”, referindo-se ao escândalo envolvendo os contratos celebrados pelo empresário José Marcos Moura, conhecido como ‘Rei do Lixo’.

Segundo Bivar, ele conhece bem os personagens dessa trama descoberta pela Polícia Federal na Operação Overclean, mencionando que figuras como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o senador Davi Alcolumbre e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, são pilares políticos do esquema. O relatório da Polícia Federal aponta que o Estado do Amapá, de Davi Alcolumbre, é citado dez vezes no contexto de contratos de recolhimento de lixo superfaturados, além de Bahia e Goiás, estados de ACM Neto e Ronaldo Caiado, respectivamente.

Além das acusações de Bivar, a investigação da Polícia Federal destaca que, após a instauração do inquérito e a decretação de medidas de afastamento de sigilo telefônico, telemático, fiscal, bancário e de captação ambiental, foram coletados elementos significativos de materialidade e autoria de práticas criminosas com abrangência em diversos municípios de Bahia, Tocantins, Amapá, Rio de Janeiro e Goiás. Bivar também revelou que seus advogados estão estudando ações judiciais para pedir a destituição de Antônio Rueda, que supostamente atuaria no contato com prefeituras em favor das empresas de recolhimento de lixo. “Por enquanto, só apareceu a ponta do iceberg”, afirmou Bivar, indicando que ainda há muito a ser revelado sobre o esquema de corrupção. Procurado pelo Brasil 247, Rueda não se manifestou.https://18horas.com.br/amazonas/amazonas-aparece-na-planilha-apreendida-com-o-rei-do-lixo-preso-por-fraude-em-licitacoes/


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