Economia
Passagens aéreas para férias de verão estão 11% mais baratas, aponta levantamento
Bilhetes de ida e volta para destinos nacionais estão custando, em média, R$ 1.904.
Quem está planejando as férias de verão pode comemorar: diminuíram 11% os preços das passagens de avião para destinos nacionais em dezembro deste ano e janeiro de 2025, na comparação com os mesmos meses da alta temporada anterior. Os voos de ida e volta no país estão custando, em média, R$ 1.904, segundo um relatório elaborado pelo Kayak, site de comparação de tarifas de viagens aéreas.
Os cinco destinos nacionais mais buscados na plataforma também registraram redução nos preços. Recife, líder em procura, apresentou queda de 12% na tarifa, com R$ 1.639 de custo médio de passagens (ida e volta). Em segundo lugar no ranking, São Paulo oferece a média de valor mais acessível: R$ 1.121. Maceió (R$ 2.055), Fortaleza (R$ 1.874) e Salvador (R$ 1.369) completam a lista. A análise foi feita com base em buscas, realizadas entre março e agosto deste ano, de viagens nas férias de verão.
— A queda de preços se deve a uma combinação de fatores. Entre eles, a reconfiguração das malhas aéreas, com a ampliação de rotas e de voos com mais assentos disponíveis — explica Gustavo Vedovato, gerente nacional do Kayak.
Com relação ao momento da viagem, voar na primeira semana de dezembro ou nas duas últimas de janeiro são as melhores opções para economizar. Na última semana de janeiro, por exemplo, a passagem de ida e volta em classe econômica custa em média R$ 1.161. Enquanto na semana que antecede o Natal, o valor chega a R$ 1.781, o mais alto registrado.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também apontou baixa nos voos nacionais. A redução foi de 14,7% nos valores praticados nos aeroportos do país entre o terceiro trimestre deste ano (encerrado em setembro) e o mesmo período de 2023.
O economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Fábio Bentes pondera:
— A redução dos valores não significa que voar pelo Brasil esteja barato, mas é uma melhora. Atualmente, o brasileiro paga, em média, R$ 666,01 por passagem, enquanto no ano passado o tíquete médio era de R$ 780,99.
Pacotes são vantajosos
Planejar uma viagem exige mais do que escolher o destino ideal. Para quem deseja economizar sem abrir mão do conforto, uma estratégia que ganha destaque é a compra de pacotes que mesclam diferentes serviços.
Com um custo médio de R$ 1.337, Belo Horizonte aparece como a cidade mais econômica para quem quer combinar nas compras passagens (ida e volta) e hospedagem, segundo o levantamento do Kayak. A lista completa pode ser conferida a seguir:
Para Daniela Araújo, diretora de Produtos em Destino da Decolar, esse tipo de combo ajuda o cliente a poupar.
— Os consumidores conseguem economizar até 35% nas compras de pacotes personalizados — afirma.
Já para quem prefere conhecer novos lugares colocando o pé na estrada, os preços de aluguel de carros nas cidades brasileiras mais buscadas para o verão de 2025 estão acessíveis. O serviço tem um custo médio de R$ 184, com a maioria dos destinos localizados no Nordeste.
Em Juazeiro do Norte, no Ceará, é de R$ 161 o preço médio diário do uso de automóveis. Com R$ 175, os turistas conseguem passear de carro em Maceió. Já em Campina Grande (PB), Porto Seguro (BA), Teresina (PI), a média de preço é de aproximadamente R$ 190.
Voos internacionais em conta
No cenário internacional, viajar para fora do Brasil pode ser mais acessível do que muitos imaginam. Santiago, no Chile, lidera a lista dos destinos internacionais com melhor custo-benefício, com um valor médio de R$ 1.463 (ida e volta), mais barato que alguns voos domésticos.
Assunção, no Paraguai, ocupa o segundo lugar, com passagens de ida e volta a R$ 1.801. Outros destinos em destaque são Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia (R$ 1.889); Buenos Aires, na Argentina (R$ 2.072); e La Paz, capital boliviana, com média de R$ 2.120. Todos na América do Sul, ou seja, ideais para quem quer visitar países próximos do Brasil.
Entre os dez destinos internacionais mais econômicos, o destino mais longe é Santo Domingo, na República Dominicana, com a passagem custando em média R$ 2.583.
Para Ana Carolina Medeiros, presidente do Conselho da Abav Nacional, a tendência é de crescimento no turismo.
– A nossa expectativa é bem alta diante de tudo que estamos percebendo no setor. A procura deve se intensificar nos próximos dias – projeta.
O economista Fabio Bentes destaca que há alternativas que podem oferecer bons descontos.
– As companhias aéreas costumam concentrar os descontos nos trechos mais procurados. No entanto, optar por destinos alternativos pode ser uma estratégia eficiente para economizar. Ainda assim, as promoções de fim de ano só serão vantajosas para o consumidor que conhecer o histórico de preços e identificar boas oportunidades – recomenda.
Direitos nos voos
Assistência das companhias aéreas
Igor Britto, diretor executivo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), apontou os principais direitos dos passageiros de viagens aéreas no Brasil. “A empresa tem que cuidar que a pessoa consiga continuar sua viagem. Caso contrário, ela deve ser ressarcida”, explica.
Em caso de atraso de até quatro horas
Quando o atraso é inferior a quatro horas, a companhia aérea deve oferecer assistência como meios de comunicação, alimentação (a partir de duas horas) e instalações confortáveis. Esses direitos são iguais nos casos de cancelamento.
Para atraso superior a quatro horas
Se o atraso ou o cancelamento for superior a quatro horas, a empresa deve oferecer alternativas de voos, incluindo passagens de outra companhia, execução do serviço por outra modalidade de transporte ou reembolso integral em sete dias corridos a partir da data de solicitação. Há ainda a possibilidade de hospedagem (em caso de pernoite no aeroporto) e transporte de ida e volta (como ônibus ou voucher de transporte). Se o passageiro estiver no local de seu domicílio, a empresa pode oferecer apenas o transporte para sua residência e de sua casa para o aeroporto.
Perda ou danos à bagagem
Se a bagagem for extraviada ou danificada, a companhia aérea tem o prazo de sete dias a partir da perda para encontrá-la e fazer a devolução. Caso contrário, deverá indenizar o passageiro.
Cancelamento por falecimento ou doença
Não há uma regra específica sobre cancelamento de passagens por falecimento ou doença, mas muitas pessoas recorrem à Justiça para garantir o reembolso, especialmente se podem provar que não tinham condições de viajar.
Indenização por desvio de tempo útil
Se o atraso causar prejuízos significativos, como perda de compromissos ou oportunidades de trabalho, o passageiro pode buscar indenização por “desvio de tempo útil”. O simples atraso de voo, mesmo sem compromissos prévios, tem levado à crescente aceitação judicial para compensação por tempo perdido.
Danos à saúde ou segurança no voo
Se o passageiro sofrer danos à saúde ou à segurança durante o voo (como lesões ou problemas causados por condições inadequadas), a companhia aérea poderá ser responsabilizada, devendo indenizar o passageiro.
Descumprimento
Caso a companhia aérea não ofereça assistência, isso é considerado descumprimento do contrato de transporte.
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