Brasil
Secretário do Ministério dos Transportes defende conciliar agenda ambiental e obra na BR-319
A rodovia BR-319 liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO).
Conciliar a reconstrução de uma BR que atravessa a Floresta Amazônica e a mitigação de impactos ambientais não é uma tarefa impossível, segundo o subsecretário de Sustentabilidade do Ministério dos Transportes, Cloves Benevides.
Em entrevista ao Metrópoles, o titular da pasta avalia que é preciso dar uma resposta urgente às necessidades da população que lida com a falta de estrutura da BR-319 – que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO) –, sem perder de vista os problemas ambientais que a obra pode acarretar.
“É preciso conciliar três cenários: uma ação urgente, uma ação de médio a longo prazo para a entrega da BR consolidada, e tudo isso numa perspectiva de sustentabilidade. Isso não é impossível. Isso não é inconciliável. E esse tem sido o compromisso do ministério”, afirma o subsecretário.
No início do mês, a Justiça Federal derrubou a liminar que suspendia a licença prévia emitida pelo Ibama para asfaltamento da estrada. A rodovia foi construída na época da ditadura militar e abandonada tempos depois. Há anos, governos prometem retomar a obra de pavimentação, mas os riscos ambientais têm travado o projeto. Ambientalistas alertam para o agravamento da crise climática que a obra pode gerar.
O subsecretário reconhece a complexidade do problema, mas argumenta que os riscos podem ser mitigados a partir da presença governamental na região.
“Quando a gente está falando de governança, a gente está falando de um conjunto de medidas que ultrapassa o ministério, que o ministério não tem condição de fazer sozinho, não tem a pretensão e não tem a competência, mas tem a responsabilidade de fomentar o debate”, destaca Benevides.
Ele complementa: “Esse direito não pode se sobrepor a riscos ambientais e climáticos absolutamente desafiadores e esses riscos não podem ser mitigados com uma ação de inércia porque a inércia gera o que a gente está vendo lá: o desmatamento crescendo, a grilagem acontecendo com a ausência de monitoramento”.
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