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Norte e Nordeste poderiam ter mais voos internacionais no Brasil, mas falta infraestrutura, diz especialista

Dada a posição geográfica privilegiada, terminais são vistos como potencialmente estratégicos para aéreas estabelecerem pontos de conexões mais próximos de destinos estrangeiros.

Os aeroportos das regiões Norte e Nordeste podem ajudar o Brasil a alavancar a atratividade para o mercado internacional de aviação. Dada a posição geográfica privilegiada, os terminais são vistos como potencialmente estratégicos para as aéreas estabelecerem pontos de conexões mais próximos de destinos estrangeiros. Para que esse cenário seja alcançado, o País precisa expandir o leque de terminais ofertados para as companhias estrangeiras, o que passa principalmente pelo aumento dos investimentos em infraestrutura.

Os maiores aeroportos do Nordeste já demonstram a capacidade em atrair operações com destinos europeus e países vizinhos. No próximo dia 28, o aeroporto de Salvador iniciará voos diretos para Paris, pela Air France, com três voos semanais.

O mesmo movimento é observado nos aeroportos de Fortaleza e de Recife, com ofertas crescentes. No Norte, o Pará, desde que foi selecionado para sediar a COP-30, vem chamando a atenção do mundo como um destino turístico, o que deve movimentar as rotas internacionais do Aeroporto de Belém.

Além das ligações diretas que visam atender a demanda nacional, a disponibilidade de aeroportos com padrões internacionais coloca a região no mapa estratégico como ponto de parada para ligação entre outros países, o que também beneficia o Brasil.

“Ora, se a companhia consegue parar no Norte, uma outra empresa brasileira pode fazer um codeshare com ela. Pode servir de alimentadora. São várias as possibilidades”, considera o diretor executivo e CEO da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta), José Ricardo Botelho.

Rotas nacionais

Esse movimento, conforme avaliação de representantes do setor, também tende a influenciar positivamente a malha nacional. “A aviação doméstica e a regional podem ser beneficiadas com o aumento da demanda dessas regiões para outros polos econômicos do País, inclusive para o Sudeste, que hoje concentra a maior quantidade de voos internacionais”, considera o advogado Victor Hanna, especialista em aviação do Goulart Penteado Advogados.

“No caso de Salvador, com o surgimento de uma rota direta com Paris, a quantidade de turistas europeus na capital baiana deve ser ainda maior neste verão, impulsionando a operação de conexões regionais, para Porto Seguro e Maceió, por exemplo”, observa o advogado Eduardo Martins Pereira, especialista em direito público do escritório Schiefler Advocacia.


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