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Conselho de Segurança da ONU fará reunião emergencial sobre Oriente Médio

Enviado de Israel à ONU, em carta ao conselho, afirmou que o Irã quer destruir Israel “com um anel de fogo de sete frentes”.

O Conselho de Segurança da ONU terá uma reunião de emergência na quarta-feira (2) para discutir a escalada das hostilidades no Oriente Médio, informou nesta terça-feira (1º) à imprensa a Suíça, que preside o organismo neste mês.

O encontro foi agendado para às 10h no horário local (11h de Brasília) e ocorrerá na sede da ONU em Nova York (EUA). A informação foi dada por um porta-voz da missão suíça a jornalistas.

Ao mesmo tempo, o Ministério das Relações Exteriores do Irã fez uma solicitação ao Conselho de Segurança. A pasta pediu que fossem tomadas “medidas sérias” para evitar ameaças contra a paz e a segurança regional.

Enviado de Israel à ONU, em carta ao conselho, afirmou que o Irã quer destruir Israel “com um anel de fogo de sete frentes”. Danny Danon pediu conselho para condenar o país e definiu o Corpo da Guarda Revolucionária do Irã como uma organização “terrorista”, informou a Al Jazeera.

Antes, o Corpo da Guarda Revolucionária do Irã disse que o ataque foi uma retaliação às recentes mortes de líderes militantes por Israel e à agressão em Gaza e no Líbano. O líder libanês do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e o vice-comandante da Guarda Revolucionária, Abbas Nilforoushan, foram mortos em Beirute na semana passada.

“Nossa operação defensiva está de acordo com a lei internacional e com o direito de autodefesa”, disse ministério. “Só visamos instalações militares e de segurança”, acrescentou o comunicado iraniano sobre o ataque com mísseis contra Israel.

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, disse que a ação de Teerã foi “em defesa dos interesses e dos cidadãos iranianos”. Numa publicação no X (antigo Twitter), ele acrescentou que seu país não estava buscando uma guerra, mas que “se posicionaria firmemente contra qualquer ameaça”.

A maioria dos mísseis lançados pelo Irã nesta terça-feira (1º) foi interceptada. Segundo as IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês), a interceptação ocorreu com a ajuda de uma coalizão defensiva liderada pelos Estados Unidos.

Mais de 180 mísseis foram lançados pelo Irã . De acordo com o Exército de Israel, houve um pequeno número de ataques no centro e no sul do país. “A maioria dos mísseis recebidos foi interceptada por Israel e por uma coalizão defensiva liderada pelos Estados Unidos”, afirmou o porta-voz da IDF, Daniel Hagari.

“Terão consequências”, acrescentou porta-voz da IDF. Para Hagari, “o ataque do Irã é uma escalada grave e perigosa”. O porta-voz ressaltou que as capacidades defensivas e ofensivas de Israel estão “nos níveis mais altos de prontidão.” “Nossos planos operacionais estão prontos”, alertou.

O primeiro-ministro de Israel disse que o Irã cometeu um “erro grave” ao realizar um ataque a mísseis contra Israel e que “pagará” o preço pela ação. A promessa de retaliação aos ataques ocorridos na declaração de Benjamin Netanyahu no início de uma reunião do gabinete de segurança na terça-feira (1º). “O regime no Irã não entende nossa determinação em nossos defensores e nossa determinação em retaliar nossos inimigos”, afirmou o líder israelense, conforme a Al Jazeera.

Irã faz alerta a Israel e aos EUA

As Forças Armadas Iranianas falam em promover a “ação militar direta”. O alerta foi direcionado aos Estados Unidos e a Israel, em caso de ataques em solo iraniano.
Em um comunicado, as forças armadas elogiaram o ataque com missões da Guarda Revolucionária do Irã contra Israel. A ação foi reforçada pelo Exército Iraniano e pelo Ministério da Defesa.

O Estado-Maior advertiu que, se o agressor do regime agir para retaliar, deverá aguardar a destruição de suas infraestruturas nos territórios palestinos ocupados em uma escala ampla e abrangente (…) E se os países que apoiam o regime, incluindo os EUA, intervierem diretamente na violação e ataque ao Irã islâmico, seus centros e interesses em toda a região serão simultaneamente confrontados com o ataque decisivo das forças armadas da República Islâmica do Irã.
Forças Armadas Iranianas, em comunicado

Ataque iraniano contra Israel

O Irã lançou mísseis em direção a Israel nesta terça-feira (1º), fazendo sirenes de alerta soarem em todo território. O governo Netanyahu disse que responderá “no momento certo”, enquanto a ONU alertava para a escalada do conflito.

A Guarda Revolucionária Islâmica do Irã confirmou que disparou itens de mísseis contra Israel. Os ataques ocorreram em duas ondas, com uma diferença de dez minutos entre as duas. Explosões foram ouvidas em Tel Aviv e Jerusalém.

Israel diz que 180 mísseis foram disparados. As sirenes tocaram por volta das 20h (horário local) em Tel Aviv, e os ataques cessaram pouco mais de uma hora depois. Fontes israelenses confirmaram que uma parte caiu sobre cidades, enquanto muitas foram interceptadas.

Nenhum ferido foi relatado. Anúncio do governo de Israel diz que as pessoas já podem deixar abrigos, e que não esperam mais ataques do Irã.

Já os iranianos insistem que 80% de suas missões “atingiram os alvos”, sem dar detalhes. A inteligência norte-americana indicou que o destino dos mísseis foram destruídos duas bases militares e um centro de inteligência.

A Guarda Revolucionária Islâmica do Irã alertou que essa seria apenas a primeira onda de ataques. Ação seria uma resposta aos assassinatos dos líderes do Hezbollah e do Hamas.

O Hamas elogiou ataques de mísseis iranianos em vingança pelas mortes de líderes militantes. “Parabenizamos o lançamento heróico de foguetes realizado pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, em grandes áreas de nossos territórios ocupados, em resposta aos crimes contínuos da ocupação contra os povos da região e em retaliação pelo sangue dos mártires heróicos de nossa nação”, disse a declaração do grupo extremista que controla o território geográfico de Gaza, conforme relatado pela Reuters.

“Com a ajuda de Deus, os golpes da frente rebelde se tornarão mais fortes e mais dolorosos sobre o corpo desgastado e apodrecido do regime sionista”, declarou Ali Khamenei, líder supremo do Irã, no X

Israel promete resposta

Israel alertou que “haverá uma retaliação, no momento certo”. “Estamos em alerta máximo na defesa e na ofensiva, protegeremos os cidadãos de Israel. Esse disparo (de míssil) terá consequências. Temos planos e agiremos na hora e no lugar que escolhermos”, disse o porta-voz das forças israelenses, o contra -almirante Daniel Hagari.

O governo de Netanyahu também declarou que o Irã “pagará um preço elevado”. Durante os ataques, Israel fechou o espaço aéreo e todos os aeroportos deixaram de funcionar, mas tudo já foi normalizado. A mídia israelense citou os militares do país, dizendo que a Força Aérea continuará a realizar “ataques poderosos” esta noite em todo Oriente Médio.

Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou “a ampliação do conflito no Oriente Médio, com escalada após escalada”. “Isso precisa acabar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo”, disse.

O presidente Joe Biden orientou as forças armadas dos EUA para ajudar na defesa de Israel. Além disso, determinou a redução de mísseis que tenham o país como alvo.

Nas periferias de Beirute, a notícia dos ataques foi comemorada, com fogos de planejamento por parte dos apoiadores do Hezbollah. Na televisão iraniana, as imagens mostraram atos de apoio aos ataques em Teerã, com pessoas comemorando com bandeiras e carreatas.

Estamos atacando o coração da entidade de ocupação sionista. Caso Israel responda, nós atingiremos mil vezes mais fortes
Guarda Revolucionária Iraniana, no momento dos ataques

“O sistema de defesa aérea está totalmente operacional, detectando e interceptando ameaças sempre que necessário, mesmo neste momento. Porém, a defesa não é hermética e, por isso, é fundamental seguir as instruções do Comando da Frente Interna. Você poderá ouvir explosões, que podem ser resultado de interceptações ou impactos”m diz a nota de Daniel Hagari, porta-voz da FDI, em nota emitida durante os ataques

A Universidade de Tel Aviv foi atingida, informa a imprensa iraniana. Em Jerusalém, explosões também estão sendo ouvidas, disseram testemunhas à Reuters.

Morte de líderes e mensagem de Netanyahu motivaram ataque do Irã

Ao contrário dos ataques telegrafados de abril, quando os iranianos avisaram por canais informativos que iriam lançar mísseis sobre Israel, desta vez a ofensiva foi radicalmente diferente. O assassinato de lideranças e a explosão terrestre colocaram uma pressão inédita para que Ali Khomenei tentasse agir.

Recado de Netanyahu aos iranianos foi estopim. Segundo fontes na região, foi uma mensagem de vídeo do premiê, endereçada ao povo do Irã e com legendas em farsi, que criou uma situação insustentável para o regime dos aiatolás. No recado, o israelense disse que eles “logo estariam livres”.

O temor entre diplomatas estrangeiros, porém, é de que Israel agora responda, principalmente contra as instalações nucleares do Irã. Num comunicado oficial, a diplomacia iraniana na ONU afirmou: “A resposta legal, racional e legítima do Irã aos atos terroristas do regime sionista — que envolve o ataque aos cidadãos e interesses iranianos e a violação da soberania nacional da República Islâmica do Irã — foi devidamente realizado”, disse.

“Se o regime sionista ousar responder ou cometer outros atos de malevolência, terá uma resposta subsequente e esmagadora. Os estados regionais e os apoiadores dos sionistas são aconselhados a se separar do regime”, referiu a diplomacia iraniana na ONU.

EUA emitem alerta e pedem que funcionários procurem abrigos

A embaixada norte-americana tentou que todos os seus funcionários procurassem os abrigos, enquanto as instruções do governo israelense são para que todos os eventos sejam cancelados. O país marca nesta semana o Rosh Hashanah, o ano novo judaico, a partir de quarta-feira (2).

Nos EUA, o presidente Joe Biden cancelou seus eventos, inclusive com a comunidade judaica, para reuniões de emergência. O governo norte-americano prometeu uma resposta “severa” aos iranianos, caso esses ataques ocorram. A Casa Branca também distribuiu acordos com países como Jordânia para ajudar na interceptação de mísseis.

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