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Brasil

São Paulo anuncia reabertura gradual de setores produtivos a partir de 11 de maio

João Doria só vai anunciar no dia 8 os setores que vão voltar a funcionar no primeiro momento de flexibilização da quarentena

Shopping Cidade São Paulo, localizado na Avenida Paulista, fechado durante a quarentena.

O governador de São Paulo, João Doria, explicou hoje (22) alguns critérios para a reabertura gradual dos setores produtivos do estado, que começará a ser implementada a partir do dia 11 de maio, quando se encerra o período de quarentena. O plano para reabertura foi chamado de Plano São Paulo.

A quarentena está em vigor no estado desde o dia 24 de março e, com ela, somente os setores considerados essenciais – como abastecimento, logística, segurança e saúde – podem funcionar.

Os setores que vão voltar a funcionar a partir do dia 11 de maio não foram informados pelo governo paulista. Esse anúncio, segundo o governador, será feito somente no dia 8 de maio. Para ajudar a elaborar o plano, o governador montou uma equipe, formada por diversos economistas do país, tal como Persio Árida.

Segundo a secretária de Desenvolvimento Social, Patricia Ellen, os critérios que serão utilizados para essa retomada vão considerar a preparação do sistema de saúde, da sociedade e dos setores econômicos. “Queremos atender os setores com maior vulnerabilidade econômica. Então vamos priorizar setores que têm maior vulnerabilidade e menor risco do ponto de vista do enfrentamento da pandemia para que eles sejam retomados e acolhidos mais rapidamente”, disse a secretária.

A abertura, segundo ela, será feita de forma regionalizada, observando a ocupação dos leitos nos municípios do estado. Ela acrescentou ainda que, para que a reabertura seja feita, será fundamental a testagem em massa no estado. “Isso foi feito em diversos países do mundo e assim faremos em São Paulo”, disse ela.

As regiões do estado, segundo ela, serão divididas em nível de risco: zona vermelha (maior risco), zona amarela e zona verde (de menor risco). “Vamos segmentar os municípios de acordo com a situação da pandemia e capacidade do sistema de saúde”, falou ela. “Para estar na zona verde, precisamos alcançar baixo número de casos, baixa ocupação de leitos de UTI, testes disponíveis para assintomáticos e suspeitos e protocolos setoriais implementados”, acrescentou.

Doria ressaltou que a reabertura vai se basear na disseminação do coronavírus no estado, na situação do sistema de saúde e no distanciamento social. E, de acordo com ele, a reabertura não significa que não haverá quarentena. “Vamos levar em conta sim situações locais, regionais e setores que possam retornar a economia com as devidas medidas de proteção”, falou o governador. “Os critérios da nova quarentena, daquilo que virá a partir do dia 11, serão diferenciados e de acordo com os dados científicos apurados em cada cidade e pelas regiões do estado de São Paulo”, acrescentou o governador.

Segundo Doria, que citou durante a coletiva todos os setores autorizados a funcionar no estado durante a quarentena, 74% do estado continua em funcionamento. “São Paulo não parou. Praticamente 74% da economia paulista funciona desde o primeiro dia da quarentena decretada no mês passado. Segundo: a quarentena permitiu ao estado de São Paulo a preparação da rede de saúde. Não fosse esse tempo e não fosse essa preparação, hoje o lugar comum de São Paulo seria como a de outras capitais do Brasil que estão sofrendo com mais de 100% de ocupação dos leitos”, disse Rodrigo Garcia, vice-governador e secretário de governo.

Até o dia 10 de maio, reforçou o governador, é fundamental que as pessoas continuem mantendo o isolamento social. Por isso, Doria fez um apelo para que prefeitos do estado paulista continuem mantendo o isolamento até lá e aguardem o Plano São Paulo para definir como será a retomada. “Não é prudente que nenhuma cidade do interior de SP rompa a quarentena antes do dia 10 de maio”, disse ele.

Até este momento, São Paulo tem 15.385 casos confirmados do novo coronavírus, com 1.093 mortes. O número de mortes triplicou no estado em duas semanas: no dia 7 de abril eram 371 mortes. O estado tem ainda 1.284 internados em unidades de terapia intensiva (UTI) e 1.341 em enfermarias.


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