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Comandante na Amazônia que será o número 2 da Saúde diz que cumprirá uma missão

Estou indo como instituição, não como o Eduardo Pazuello, disse o comandante.

O general Eduardo Pazuello, comandante da 12ª Região Militar da Amazônia, disse ao site da revista Veja que sua nomeação para o cargo de secretário-executivo do Ministério da Saúde deverá sair até a segunda-feira da próxima semana. Ele afirmou que vai cumprir uma missão.

“É missão. Eu sou comandante da 12ª Região Militar em Manaus, sou da ativa. E continuo comandante de tropa. Vim cumprir uma missão, que é auxiliar o novo ministro nessa transição e entrar com uma equipe forte para ele não ficar sozinho nesse momento. Estou indo como instituição, não como o Eduardo Pazuello.”

O general também disse que os “dados precisam ser melhorados”.

“O meu grau de conhecimento específico, técnico, de médico, é leigo. A gente observa que dados precisam ser melhorados, a gente precisa ter números mais fidedignos, com menos risco de manipulação, para que se definam as estratégias em cima de dados reais. Se você não tiver certeza absoluta dos dados, tudo o que você planejar não tem resultado.”

Confira parte da entrevista.

O senhor já aceitou a função de secretário executivo do Ministério da Saúde?

Não tem que aceitar nada. É missão. Eu sou comandante da 12ª Região Militar em Manaus, sou da ativa. E continuo comandante de tropa. Vim cumprir uma missão, que é auxiliar o novo ministro nessa transição e entrar com uma equipe forte para ele não ficar sozinho nesse momento. Estou indo como instituição, não como o Eduardo Pazuello.

Quando o senhor assume?

Só quando for publicado. Deve ser na sexta ou na segunda-feira, não tem data exata. O que estamos fazendo são trâmites de equipe, levantando dados e definindo como funciona. Estamos correndo atrás, mas será o mais breve possível. Mas só estou confirmado quando for nomeado. Posso dizer que esse é o processo.

Quem indicou o senhor?

O presidente da República. Estou montando a equipe que vai entrar comigo. É uma equipe como a da Operação Acolhida, em Roraima [Pazuello foi comandante da operação que acolhe refugiados venezuelanos no Brasil].

Qual o paralelo dessa missão com outras que o senhor esteve à frente?

Todas as missões em que se faz em apoio a um ministério, à segurança pública ou a um governo são a mesma coisa. Estamos cooperando com esses órgãos. Imagina: no meio da guerra, com o carro rodando, necessita fazer a troca do ministro e ele entra sozinho, tendo de encontrar um monte de gente para trabalhar e passar pelo processo seletivo. Estamos, portanto, definindo o conjunto de pessoas e combinando com o ministro como se faz as substituições. Ao final de um período, o ministro estará com todos os nomes que ele escolheu e eu estarei saindo, voltando para a minha tropa.

Quando isso aconteceria? Não tem data. É o quanto precisar. O senhor pode definir qual será a estratégia?

A Covid-19 é uma das ações do Ministério da Saúde. Talvez seja hoje a principal, mas as outras continuam todos os dias. Nós vamos ajudar em todo o processo, focados principalmente na Covid-19. Temos de lembrar que esse é um caso federal e envolve vários ministérios. O ministro define a estratégia, a gente planeja, trabalha as demandas, vai para o centro de coordenação de operações da Casa Civil e define lá as ações dos ministérios.

De forma prática, o Brasil tem hoje problemas como falta de respiradores e de testagem. Como resolver?

Isso é tudo em cima de estratégia, planejamento, distribuição e utilização das logísticas em infraestrutura de outros ministérios para apoiar. É botar a mão na massa. É relação, discussão, decisão, priorização e levar isso para a execução. Várias ações são coordenadas na Casa Civil. As pessoas demoram a entender que os militares têm capacidade para coordenar, e não só comandar. Trabalhar em equipe é característica dos militares, mas muita gente só nos vê como comandantes, como linha dura, como gente que não consegue flexibilizar as coisas.

O que motiva essa imagem?

Faz parte pela falta de conhecimento, não é preconceito. Os militares são muito low profile, ficam nos quarteis. E quando sai para trabalhar é sempre assim.

Qual a gravidade do coronavírus?

O meu grau de conhecimento específico, técnico, de médico, é leigo. A gente observa que dados precisam ser melhorados, a gente precisa ter números mais fidedignos, com menos risco de manipulação, para que se definam as estratégias em cima de dados reais. Se você não tiver certeza absoluta dos dados, tudo o que você planejar não tem resultado.


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