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Com dobro de focos de incêndios, desmatamento na Amazônia em agosto foi o menor em seis anos, aponta Inpe

“É o menor índice para o mês desde 2018 e o segundo ano consecutivo com redução significativa”, informou o governo federal.

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Apesar de ter registrado mais que o dobro de focos de incêndio florestais em agosto deste ano na comparação com o mesmo período de 2023, a área sob alertas de desmatamento para o mês na Amazônia foi a menor em seis anos.

Segundo dados do sistema de monitoramento Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, 503 quilômetros quadrados (km²) estavam sob alerta de desmatamento em agosto de 2024 ante pouco mais de 563 km² no ano passado. Trata-se do menor índice para o mês desde 2018.

A redução de aproximadamente 60 km² representa queda de 10,6% no período. Em relação a agosto de 2022, a queda foi de quase 70%. Naquele ano, foram registrados alertas de desmatamento em 1.661 km² na Amazônia.

O Deter é um indicativo de tendência da taxa de desmatamento, medida sempre de agosto a julho por outro sistema do Inpe, o Prodes.

O Prodes usa imagens de satélites mais precisas do que as usadas pelo Deter, que emite alertas diários para apoiar a fiscalização em campo realizada pelo Ibama e ICMBio.

“É o menor índice para o mês desde 2018 e o segundo ano consecutivo com redução significativa”, informou o governo federal.

Nove estados compõem a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Já a taxa anual de desmatamento por corte raso na Amazônia Legal brasileira é fornecida, desde 1988, pelo Programa de Cálculo do Desmatamento da Amazônia (Prodes). As imagens utilizadas são do satélite Landsat, com maior resolução, que detecta exclusivamente desmatamentos tipo corte raso superiores a 6,25 hectares.

O Deter e o Prodes formam o conjunto de sistemas para monitoramento e acompanhamento dos biomas brasileiros, que tem como ano referência sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte.

De agosto de 2023 a julho de 2024, os alertas de desmatamento na Amazônia – detectados pelo Deter – caíram 45,7% em relação ao período anterior. O número de 4.314,76 km² desmatados é o menor da série histórica iniciada em 2016.

Já os dados consolidados de desmatamento do Prodes de 2023/2024 são divulgados no fim do ano. No período de agosto de 2022 a julho de 2023, o desmatamento na Amazônia Legal alcançou 9.001 km², o que representa queda de 22,3% em relação ao ano anterior (2021/2022).

No bioma Cerrado, o Deter-B verificou aumento de 9% de supressão da vegetação de agosto de 2023 a julho de 2024, em relação ao período anterior, chegando a 7.015 km² de área sob alerta. No caso do Pantanal, a área sob alerta está em 1.159,98 km². Como essa medição começou em agosto do ano passado, ainda não é possível o comparativo.

Mesmo com a retomada das políticas ambientais pelo atual governo – que resultaram em sucessivas reduções de desmatamento na Amazônia – a degradação também é uma preocupação e afeta uma área três vezes maior que o desmatamento. Camuflados por frágeis vegetações, distúrbios ambientais causados pelo homem avançam sobre a biodiversidade, longe do alcance das imagens de satélite e do monitoramento governamental.


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