Wilson Lima fala em não poder pagar funcionários enquanto Estado bate recorde de arrecadação

Enquanto o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), dizia ao jornal Folha de S. Paulo, na última sexta-feira, que o Estado só tem dinheiro até abril para pagamento de funcionários e que não sabe como fará para pagar a folha do mês de maio, a arrecadação do Estado batia novo recorde e chegava a R$ 5,18 bilhões, de acordo com o Portal da Transparência.

Os números da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), mostram que, no primeiro trimestre, o Estado arrecadou R$ 4,97 bilhõe. São R$ 529,20 milhões a mais do que no mesmo período do ano passado. E que os pagamentos realizados no período, em 2020, só foram R$ 93,83 milhões a mais do que no ano passado. No primeiro trimestre deste ano, o Estado pagou R$ 3,05 bilhões, contra R$ 2,96 bilhões no mesmo período de 2019.

Wilson Lima disse ao jornal: “Hoje eu tenho dinheiro até abril, não sei como será maio. Estou fazendo uma ginástica para garantir o pagamento dos servidores, é a minha prioridade. Mas preciso de ajuda para garantir o pagamento de salários. Temos que ter pressa, era algo para ter sido resolvido ontem”.

Este ano, até sexta-feira, o Poder Executivo estadual arrecadou R$ 5,18 bilhões, e pagou R$ 3,23 bilhões. A diferença é de R$ 1,94 bilhão.

Sobras de caixa

Ao comentar sobre o colapso na saúde pública no Estado, na semana passada, o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) lembrou que o Estado arrecadou mais R$ 500 milhões a mais do que no ano passado. “O problema não foi dinheiro, foi falta de prioridade”, afirmou o deputado.

Ao apresentar um pedido para que o governo do Estado crie um ‘Plano de Ação Social de Renda Mínima’ para os pobres atingidos pela pandemia de Covid-19, na semana passada, o deputado estadual Dermilson Chagas informou que houve uma sobra de caixa de R$ 4,1 bilhões do ano passado, além do superávit já acumulado em 2020.

Ele disse que, análise realizada no Portal da Transparência da Sefaz comprova a existência de superávit financeiro ou sobra orçamentária que resulta da diferença entre a receita realizada e obrigações efetivamente pagas pelo Estado, findo o exercício em 31 de dezembro de 2019, no valor de R$ 3.646.120.418,41. E qua há, também, arrecadação extra acumulada nos três primeiros meses de 2020, de mais de R$ 500 milhões.

Além deste valor, o deputado afirma que aos valores ainda se somam os recursos que resultam da “suspensão do pagamento da dívida do Estado para com a União no valor de de R$ 391,22 milhões, além do aporte de R$ 108 milhões de emendas parlamentares da bancada federal do Amazonas (senadores e deputados federais), e mais repasses diretos do Governo Federal, de R$ 20,39 milhões, além de recursos de R$ 20,14 milhões de emendas impositivas dos deputados estaduais direcionadas para a saúde.

Não está na “pindaíba”

Ao comentar sobre o colapso na saúde pública no Estado, na semana passada, o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) lembrou que o Estado arrecadou mais R$ 500 milhões a mais do que no ano passado. “O problema não foi dinheiro, foi falta de prioridade”, afirmou o deputado.

O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) disse, no início do mês, que os números mostram que a situação financeira do Estado não é tão ruim quanto vem defendendo o governo. “Isso daí é apenas para registrar que o governo do Estado não está na pindaíba que ele alega que está. Os números mostram isso. Agora, claro, esse é o momento dele adotar as devidas precauções”, disse.

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