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Hunter Biden, filho do presidente dos EUA, Joe Biden, é condenado por porte ilegal de arma
Esta é a primeira vez na História dos Estados Unidos que o filho de um presidente em exercício é julgado e condenado criminalmente.
Um júri popular condenou nesta terça-feira Hunter Biden, filho do presidente dos EUA, em todas as três acusações federais das quais alvo pelo porte de uma arma de fogo quando era usuário de drogas, concluindo que ele violou leis federais em apenas três horas de deliberação. Esta é a primeira vez na História dos Estados Unidos que o filho de um presidente em exercício é julgado e condenado criminalmente.
A sentença ainda será definida pela juíza à frente do caso, Maryellen Noreika. Logo após o veredicto, ela afirmou irá divulgá-la em até 120 dias, ou seja, meados de outubro. Com isso, Hunter pode acabar preso dias antes da eleição presidencial. A pena máxima pode alcançar 25 anos de prisão e US$ 750 mil em multas. No entanto, como ele é réu primário e o crime é de menor potencial ofensivo, é improvável que chegue a tanto. Seus advogados ainda podem recorrer ao veredicto desta terça-feira.
Por se tratar de um crime na esfera federal, Biden poderia perdoá-lo ou comutar a sua sentença, poupando-a de cumpri-la. Porém, em um raro comentário sobre o caso na semana passada, o democrata afirmou que não anistiaria o filho.
Entenda o caso
Hunter Biden, 54 anos, era alvo de três acusações federais pela suposta compra e posse ilegal de uma arma quando era viciado em drogas. Duas das acusações se centram no preenchimento de um formulário no momento da compra. A promotoria acusa Hunter de mentir nos documentos ao marcar “não” para a pergunta “você é um usuário ilegal ou viciado em drogas?” Já a terceira se trata da posse da arma, que ficou com o filho de presidente durante 11 dias em outubro de 2018, antes de ser descartada pela sua então namorada, que alegou em testemunho que estava preocupada com seu estado psicológico.
Apesar de ter falado abertamente sobre sua luta contra o crack e o álcool — incluindo em um livro de memórias publicado em 2021, que foi usado como prova pelos promotores —, Hunter havia alegado sua inocência perante a corte. Ele se defendeu dizendo que, na época em que estava com a arma, não estava consumindo crack ou outras drogas. No ano passado, ele afirmou estar sóbrio desde maio de 2019.
Durante a argumentação final na última segunda-feira, os promotores afirmaram que Hunter “sabia que usava crack e era viciado” quando respondeu ao formulário, não sendo necessárias evidências de que ele teria consumido em um dia específico — um dos elementos mais difíceis de provar no processo. Para sustentar sua tese, a acusação mostrou trocas de mensagens do filho do presidente com traficantes na época em que estava em posse da arma e destacou depoimentos de ex-parceiras que confirmaram a sua luta contra o vício ao longo dos anos.
— Talvez se ele nunca tivesse ido para a reabilitação… ele poderia argumentar que não sabia que era um viciado — argumentou o promotor Leo Wise.
A defesa de Hunter destacou que não havia provas de que ele tinha consciência de que estava violando a lei, uma vez que a pergunta no formulário era feita no tempo presente, portanto, ele teria respondido como se sentia em relação ao vício na época. O advogado Abbe Lowell também apontou o testemunho do vendedor de armas que o filho do presidente não parecia alterado no momento da compra, e argumentou que nenhum depoimento citava que ele havia feito “uso real de drogas” no mês em que esteve com o objeto.
Segundo julgamento à vista
Hunter Biden ainda deve encarar a Justiça novamente em setembro — dois meses antes do pleito — para um segundo julgamento, dessa vez em Los Angeles, no qual é acusado de sonegação de impostos, evasão fiscal e fraude na declaração do imposto de renda. O caso pode ser ainda mais constrangedor para a família, pois envolve relações obscuras de Hunter com negócios no exterior, ameaçando expor detalhes de um estilo de vida luxuoso em que os laços sanguíneos com o presidente teriam sido usados em seu benefício.
Desde que ambas as denúncias foram feitas, no ano passado, o presidente americano evitou tecer comentários sobre os casos. No ano passado, o democrata disse que o filho “não fez nada de errado” ao ser questionado sobre as investigações em uma entrevista à MSNBC.
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