Brasil
Startup se une à Microsoft para restaurar 15 mil hectares da Amazônia e da Mata Atlântica
Trata-se de um dos maiores projetos de venda de crédito de carbono já firmados no planeta e o primeiro contrato do tipo assinado pela re.green
A startup re.green, apoiada por gestoras conhecidas — Gávea Investimentos, Principia, Dynamo, Lanx e BW Capital Partners, atua em toda a cadeia de restauração, desde a coleta de sementes até a comercialização do carbono. A meta da startup, que recebeu um aporte de R$ 380 milhões dos sócios, é restaurar 1 milhão de hectares de florestas e capturar 15 milhões de toneladas de carbono por ano. Nas últimas semanas, ela anunciou um acordo com a Microsoft para restaurar 15 mil hectares da Amazônia e da Mata Atlântica. A parceria começa com 9 mil hectares nesses dois biomas.
Trata-se de um dos maiores projetos de venda de crédito de carbono já firmados no planeta e o primeiro contrato do tipo assinado pela re.green. “Esse acordo é um grande orgulho para a re.green e um importante marco para o desenvolvimento de um novo mercado, baseado no valor das florestas em pé, na escala das soluções baseadas na natureza e no avanço científico”, declarou a startup por meio de nota.
Ela se apresenta como a primeira companhia do gênero a combinar a silvicultura de madeira nativa com projetos de carbono. É o que torna possível a restauração ecológica em escala em regiões onde o preço da terra é elevado. É o caso, por exemplo, de diversos trechos da Mata Atlântica. Sem a madeira, defende a empresa, seria impossível restaurar regiões do tipo em escala.
Para essas regiões, a re.green prevê um ciclo único de colheita de espécies madeireiras. Concluída a colheita, o processo de restauração terá início. Registre-se que a startup está desenvolvendo uma cadeia de valor para amadeira nativa certificada, hoje inexistente.
“Iremos desenvolver serrarias com tecnologia de ponta nas regiões dos nossos projetos, atuando para capacitar pequenos produtores locais”, anunciou a re.green. “Por fim, com a comercialização da madeira garantimos a permanência dos empregos e rendas geradas, além da produção de outros ativos biológicos como frutas e óleos (sempre obtidos por manejo sustentável por meio de trabalhadores locais)”.
Com apenas dois anos de atuação, a companhia já é tida como relevante no mercado de carbono. Em 2022, o primeiro projeto começou a sair do papel. Fica na Fazenda Ouro Verde, no sul da Bahia. Na região de Eunápolis, a propriedade de 336 hectares faz parte da Mata Atlântica.
A startup, entre outras iniciativas, também desenvolve programas de treinamento de coletores de sementes com comunidades locais; fornece apoio financeiro aos empreendedores locais dos viveiros parceiros; e se engaja com comunidades do entorno das áreas em recuperação para evitar incêndios.
No ano passado, Bernardo Strassburg, um dos fundadores, foi premiado como Líder em Sustentabilidade de 2023 pela Environmental Finance. Trata-se de uma plataforma online de notícias e análises sobre investimentos sustentáveis e finanças verdes, entre outros assuntos do tipo.
As informações são da Exame.
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