Brasil
Para 76%, as pessoas devem ficar em casa para evitar contágio do coronavírus, diz Datafolha
Apenas 18% dos entrevistados têm a visão contrária, de que é mais importante acabar com o isolamento para estimular a economia.
A maioria dos brasileiros quer manter o isolamento social nos moldes atuais para fazer frente aocoronavírus, ao contrário do que tem defendido o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). É o que mostra pesquisa Datafolha, que apontou maioria sólida em favor de que as pessoas fiquem em casa para impedir que o vírus se espalhe, mesmo que isso signifique prejudicar a economia e causar desemprego.
Defendem essa visão 76% dos entrevistados pelo instituto entre 1 e 3 de abril. Foram ouvidas 1.511
pessoas excepcionalmente por telefone, em razão da pandemia. Em geral, o Datafolha trabalha com pesquisas feitas presencialmente, abordando pessoas em pontos de fluxo. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Apenas 18% dos entrevistados têm a visão contrária, de que é mais importante acabar com o isolamento para estimular a economia.
O apoio a que as pessoas fiquem em casa é maior no Nordeste, onde Bolsonaro historicamente tem menor popularidade. São 81% os favoráveis na região, governada em sua maioria por políticos de esquerda. No Sul, reduto do presidente, 70% defendem que as pessoas não saiam de casa para trabalhar, menor índice entre as regiões do país.
Na mesma linha, dois terços dos entrevistados querem manter a proibição de abertura do comércio não essencial, enquanto 87% dizem que as aulas devem continuar suspensas.
Numa proporção de 2 para 1, contudo, os brasileiros entendem que o fechamento segue sendo necessário. Defendem a restrição 65% dos entrevistados, contra 33% que favorecem a reabertura das lojas.
Apoiam o fechamento do comércio 67% das pessoas com renda familiar mensal de até dois salários mínimos, e 62% dos entrevistados no segmento que ganha de dois a cinco salários mínimos.
Quanto à volta às aulas, é defendida por apenas 11% das pessoas entrevistadas, contra esmagadores 87% que são contrários. A reabertura das escolas é outro ponto que o presidente tem defendido. Seu argumento é que crianças e jovens não fazem parte do grupo de risco, e portanto não têm porque ficar em isolamento.
Bolsonaro defende o chamado “isolamento vertical”, apenas para idosos e doentes. A posição vai contra o que vem sendo defendido por infectologistas, pela Organização Mundial da Saúde e pelo próprio Ministério da Saúde. O argumento é que os mais jovens podem trazer o vírus para dentro de casa e infectar outras pessoas.
A população, em sua maioria, está de acordo com o que dizem os especialistas. O brasileiro na verdade defende até endurecimento maior das medidas em relação ao que sendo aplicado pelos governos estaduais e prefeituras.
No momento, não há uma situação de “lockdown”, como em muitos países europeus. Ou seja, não há penalidade no Brasil para quem sair de casa. A estratégia é baseada apenas em convencimento e estímulo a que as pessoas permaneçam em casa.
Para 71% dos entrevistados, no entanto, o governo deveria proibir por algum tempo que todas as pessoas que não trabalhem em serviços essenciais saiam às ruas, para diminuir o contágio. Declaram-se contrários 26%.
Os entrevistados também não parecem muito confiantes de que as restrições serão levantadas logo. Em média, os pesquisados acreditam que as medidas de isolamento vão durar mais 29 dias. Mas o ideal, dizem os entrevistados, é que a situação atual se mantenha por um período até um pouco maior, de 32 dias em média.
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César 27/06/20 - 09:37
Na hora de querer aumento de salário pagos com os nossos impostos eles dizem que educação é fundamental e é prioridade. Quando arrumam uma desculpa para enforcar aula como emendar um feriado na quarta ou quinta com o final de semana são os primeiros a fazer.