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Brasil

Minas Gerais: risco em barragem aumenta e 61 famílias serão obrigadas a deixar suas casas

Mineradora Vale constatou mudanças na condição de segurança da estrutura da Barragem do Doutor, na mina Timbopeba, em Ouro Preto

Sessenta e uma famílias que vivem na área de influência direta da Barragem do Doutor, da mina Timbopeba, em Ouro Preto (MG), terão que deixar suas casas após a mineradora Vale, dona do empreendimento, constatar mudanças na condição de segurança da estrutura e elevar de 1 para 2 o nível de emergência local. A barragem fica a cerca de 40 quilômetros do centro de Ouro Preto.

Segundo a Defesa Civil de Minas Gerais, as moradias e ocupações existentes que possam ser diretamente atingidas por um eventual acidente terão que ser desocupadas ainda este mês. Para o tenente-coronel Flávio Godinho, a mudança do nível de segurança da barragem é preventiva e atende ao que prescreve a legislação, mas não há risco iminente de rompimento da estrutura e, neste primeiro momento, a população pode ficar tranquila, disse.

“A Agência Nacional de Mineração prescreve a evacuação em nível 3 de emergência, mas aqui, em Minas Gerais, nós evacuamos a área assim que os empreendedores acionam o nível 2. Isto é feito para que possamos agir com tranquilidade, sem alarmar a população e sem colocá-la em perigo”, explicou o tenente-coronel, garantindo que a barragem continuará sendo monitorada 24 horas por dia. “As medidas serão ajustadas se houver qualquer alteração que exija outras ações”.

As pessoas desalojadas serão levadas para hotéis da região e terão suas despesas pagas pela Vale. Em nota, a mineradora informou que é responsável por outras oito barragens mineiras, além da Doutor, que inspiram atenção.

Quatro delas estão no nível 3 do Plano de Ação de Emergências para Barragens de Mineração. São elas: Forquilha 1 e Forquilha 3, do Complexo Fábrica, também em Ouro Preto; B3/B4, na Mina Mar Azul, em Nova Lima, e a barragem Sul Superior, da Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais.

As outras quatro barragens com Declaração de Estabilidade negativa emitida pela própria Vale estão no nível 2 do plano de ação emergencial. São elas: Capitão do Mato, na mina de mesmo nome, em Nova Lima; as barragens Forquilha 2 e Grupo, do Complexo Fábrica, em Ouro Preto, e a Sul Inferior, na Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais.

Em nota, a Vale informou hoje que as pessoas que viviam ou trabalhavam na jusante, ou seja, abaixo destas oito estruturas, já foram evacuadas. E que o plano de evacuação da chamada Zona de Autossalvamento da Barragem do Doutor já tinha sido iniciado em fevereiro deste ano, com a remoção das primeiras onze famílias que foram acomodadas em hotéis ou moradias provisórias disponibilizadas pela empresa.

“Nesta quarta-feira (1), a Vale acionou o nível 2 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração para a barragem Doutor, em Ouro Preto”, enfatiza a mineradora.

“A medida é preventiva e ocorre em função da adoção de critérios mais conservadores para determinar a condição de segurança da estrutura. É importante destacar que não houve alterações físicas na barragem. E que a elevação do nível não interfere no processo de remoção das famílias da Zona de Autossalvamento […], cujo cronograma segue até o final de abril, cumprindo os protocolos de saúde e segurança recomendados diante do quadro de pandemia do novo coronavírus (Covid-19)”, acrescenta a empresa, lembrando que a operação de remoção é conduzida pelos órgãos de Defesa Civil do estado e município.


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