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Ataque israelense mata sete funcionários de ONG que distribuía comida em Gaza

O comunicado indica que as pessoas morreram “enquanto trabalhavam para apoiar nossa ação humanitária de entrega de alimentos em Gaza”.

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Sete colaboradores da ONG americana World Central Kitchen (WCK), que distribui alimentos na Faixa de Gaza, morreram em um bombardeio israelense na segunda-feira (1°) na Faixa de Gaza. Israel indicou que abriu uma investigação para apurar o caso.

“A World Central Kitchen está devastada”, indicou a ONG em comunicado, denunciando “uma tragédia”. A organização fundada pelo chef americano-espanhol José Andrés indicou que as vítimas eram originárias da Austrália, Polônia e Reino Unido. Entre os mortos, há também um cidadão com dupla cidadania americana e canadense e um palestino. A nacionalidade de uma sétima vítima ainda não foi revelada.

O comunicado indica que as pessoas morreram “enquanto trabalhavam para apoiar nossa ação humanitária de entrega de alimentos em Gaza”. A WCK decidiu “suspender suas operações na região”.

Desde o início da guerra entre Israel e o grupo Hamas, em 7 de outubro de 2023, a ONG participou de diversas operações de distribuição de refeições. Em março, a WCK integrou uma imensa ação de envio e entrega de ajuda humanitária por meio de um navio que saiu do Chipre e atracou em um porto improvisado no enclave palestino. A iniciativa permitiu a chegada de dezenas de toneladas de mantimentos no território onde a população passa fome.

Comunidade internacional reage

Os Estados Unidos, principais aliados de Israel, disseram ter ficado “profundamente perturbados” com o ataque. “Os trabalhadores humanitários devem ser protegidos, pois fornecem uma ajuda que os palestinos precisam desesperadamente. Exigimos que Israel investigue imediatamente o que aconteceu”, indicou na rede social X Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, confirmou que uma australiana, Lalzawmi “Zomi” Frankcom, está entre as vítimas. “É completamente inaceitável. A Austrália exige que todas as pessoas envolvidas nas mortes dos trabalhadores humanitários sejam responsabilizadas”, afirmou o premiê.

O governo polonês pediu explicações a Israel sobre o incidente. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, também condenou o ataque. “Apesar de todos os pedidos para proteger civis e trabalhadores humanitários, continuamos a ver inocentes sendo mortos”, publicou na rede social X.

O Ministério da Saúde palestino, administrado pelo grupo Hamas, afirmou ter registrado cinco mortos “em um bombardeio israelense contra um veículo da WCK” em um hospital de Deir el-Balah, no centro da Faixa de Gaza. Um comunicado indicou que a vítima de nacionalidade palestina trabalhava como motorista e tradutor do grupo.

As Forças Armadas israelenses indicaram que estão investigando “o trágico incidente” com o objetivo de “compreender as circunstâncias”. O governo de Israel afirma que “trabalha em estreita colaboração com a WCK”.

70 mortos em 24 horas

Nas últimas 24 horas, ao menos 70 pessoas morreram em operações das Forças Armadas israelenses na Faixa de Gaza. Neste período, o Ministério da Saúde palestino afirma ter registrado “dezenas” de bombardeios no enclave.

No norte do território, equipes médicas vasculham os escombros do hospital Al-Shifa em busca de sobreviventes de um vasto ataque do Exército de Israel no local. Tel Aviv afirma ter eliminado mais de 200 terroristas e detido cerca de 900 pessoas no local.

Segundo a agência de Defesa Civil de Gaza, dirigida pelo Hamas, 300 pessoas morreram no hospital durante a operação. Médicos afirmam terem recolhido cerca de 20 corpos, entre eles alguns que parecem ter sido atropelados por veículos militares.


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