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Amazonas

Pesquisa da CNT aponta que 100% da malha rodoviária avaliada no Amazonas apresenta algum tipo de problema

ParaCNT, são necessários investimentos de R$ 1,27 bilhão para recuperar as rodovias no Amazonas, com ações emergenciais (reconstrução e restauração) e de manutenção.

Toda a malha rodoviária pavimentada avaliada do estado do Amazonas apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima; e nenhuma parte da malha é considerada ótima ou boa. É o que aponta a 26ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias 2023, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada nesta quarta-feira (29/11/2023).

As rodovias do Amazonas (100%), do Acre (99,3%) e do Amapá (94,5%) são as em pior situação.

Na contramão desses números está o Sudeste.

De acordo com a pesquisa, 100% da extensão da malha rodoviária do estado avaliada apresenta problemas no pavimento; e nenhuma parte está em condição satisfatória. E 6,6% está com o pavimento totalmente destruído.

No caso da sinalização, 97,1% da extensão da malha rodoviária da região é considerada regular, ruim ou péssima; 2,9%, ótima ou boa; 44,5% está sem faixa central; e 52,2% não tem faixas laterais.

A pesquisa aponta que 100% do traçado (geometria da via) da extensão da malha rodoviária do estado apresenta algum tipo de problema; e nenhuma está ótima ou boa. As pistas simples predominam em 96,5%; falta acostamento em 100% dos trechos avaliados e 88% dos trechos com curvas perigosas não têm sinalização.

A pesquisa identificou 137 pontos críticos no estado.

As condições do pavimento no estado, de acordo com a pesquia, geram um aumento de custo operacional do transporte de 67,6%, o que se reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos.

São necessários investimentos de R$ 1,27 bilhão para recuperar as rodovias no Amazonas, com ações emergenciais (reconstrução e restauração) e de manutenção.

O prejuízo gerado por acidentes foi de R$ 25,79 milhões em 2022. No mesmo ano, o governo gastou R$ 19,02 mil com obras de infraestrutura rodoviária de transporte.

Em 2023, estima-se que haverá um consumo desnecessário de R$ 18,6 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento da malha rodoviária no estado. Essse desperdício custará R$ 122,06 milhões aos transportadores.

De acordo com a CNT, do total de recursos autorizados pelo governo federal para a infraestrutura rodoviária, especificamente no Amazonas, em 2023 (R$ 114,27 milhões), foram investidos R$ 7,22 milhões até setembro (6,3%).

Brasil

A pesquisa aponta que 67,5% das rodovias brasileiras têm sua extensão classificada como regular, ruim ou péssima, enquanto 32,5% foi classificada como ótima ou boa. “Os percentuais demonstram uma relativa estabilidade no estado geral da malha rodoviária brasileira, em comparação com os resultados do ano passado, que apresentavam, respectivamente, 66% e 34% para os mesmos níveis de classificação”, avaliou a entidade.

O levantamento deste ano avaliou 111.502 quilômetros de rodovias pavimentadas, o que corresponde a 67.659 quilômetros da malha federal e a 43.843 quilômetros dos principais trechos estaduais.

A classificação do estado geral compreende três características da malha rodoviária: pavimento, sinalização e geometria da via. Levam-se em conta variáveis como condições do pavimento, das placas, do acostamento, de curvas e de pontes.

Em 2023, 56,8% do pavimento, 63,4% da sinalização e 66% da geometria dessas vias foram avaliados como regular, ruim e péssima, percentuais que também ficaram próximos aos registrados no ano passado: 55,5%, 60,7%, 63,9%, respectivamente.

“A realidade que o estudo expõe reforça o que a CNT vem defendendo há anos: a necessidade de continuar mantendo investimentos perenes e que viabilizem a reconstrução, a restauração e a manutenção das rodovias”, disse a CNT, em nota.

“Os investimentos em infraestruturas, no Ploa [Projeto de Lei Orçamentária Anual] de 2024, sofreram uma redução de 4,5% no volume de recursos para o setor em relação ao autorizado no orçamento para infraestrutura de transporte em 2023. Diante desse cenário, a CNT trabalha para viabilizar um aumento na dotação, por meio de emendas para intervenções prioritárias em 2024, em consonância com as prioridades do transporte e da logística do país”, informou a CNT.

A pesquisa mostra que a falta de qualidade da pavimentação das rodovias impacta no preço do frete e, consequentemente, no preço dos produtos para o consumidor final. “Sem rodovias de qualidade, o consumo de combustível fóssil e a emissão de gases também aumentam. Esses prejuízos são calculados no âmbito da sustentabilidade, por meio do desperdício de óleo diesel”, explica a entidade.

A estimativa da CNT é que, este ano, 1,139 bilhão de litros de diesel sejam consumidos de forma desnecessária pela modalidade rodoviária do transporte nacional. A queima dessa quantidade de combustível fóssil deve resultar na emissão de 3,01 milhões de toneladas de gases poluentes na atmosfera.

O estudo mostra que as rodovias públicas, que representam 76,6% da extensão pesquisada este ano, apresentam percentuais maiores de avaliações negativas (77,1%). Já entre as rodovias concessionadas, que representam 23,4% da extensão pesquisada em 2023, 64,1% da extensão da malha foram classificadas como boa e ótima.

Os principais pontos críticos registrados nas rodovias brasileiras, e citados pela CNT, incluem quedas de barreiras, erosões nas pistas, buracos grandes, pontes caídas e pontes estreitas. “Tratam-se de problemas na infraestrutura que interferem na fluidez dos veículos, oferecendo riscos à segurança dos usuários, aumentando significativamente a possibilidade de acidentes e gerando custos adicionais ao transporte”, alerta.

Dentre as intervenções classificadas como prioritárias pela entidade, estão a eliminação de 2.684 pontos críticos, sendo 207 quedas de barreiras; cinco pontes caídas; 504 erosões nas pistas; 1.803 unidades de coleta com buracos grandes; 67 pontes estreitas; e 62 outros tipos de pontos críticos que possam atrapalhar a fluidez da via.


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