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Guerra no Oriente Médio é a mais fatal para jornalistas; profissionais mortos são 50, indica Comitê

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) diz estar investigando todos os casos de jornalistas e outros profissionais de meios de comunicação mortos, feridos ou desaparecidos nesta guerra.

São já 50 os jornalistas mortos desde o início da guerra no Oriente Médio, no dia 7 de outubro deste ano. O número representa um novo recorde: é o mais elevado dos últimos 30 anos, quando as estatísticas começaram a ser feitas. Noventa por cento dos profissionais assassinados no conflito no último mês e meio eram palestinos.

“A guerra Israel-Gaza tem causado graves danos aos jornalistas desde que o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel no dia 7 de outubro e Israel declarou guerra a esse grupo palestino, lançando ataques na Faixa de Gaza”, informou o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

A entidade diz estar “investigando todos os casos de jornalistas e outros profissionais de meios de comunicação mortos, feridos ou desaparecidos nesta guerra, que levou ao mês mais mortífero para jornalistas desde que começaram a ser recolhidos dados, em 1992”.

Até a última segunda-feira (20), as investigações preliminares do CPJ contabilizam pelo menos 50 destes profissionais “entre os mais de 14 mil mortos desde 7 de outubro, com mais de 12 mil palestinos mortos em Gaza e na Cisjordânia e 1.200 em Israel”. As Forças de Defesa de Israel disseram às agências de notícias Reuters e France Press que não podiam garantir a segurança dos jornalistas na Faixa de Gaza.

Escalada de mortes

“O segundo dia mais fatal para jornalistas ocorreu a 18 de novembro, com cinco mortos; o dia mais fatal foi o primeiro dia da guerra, 7 de outubro, com seis jornalistas assassinados”, informou o comitê.

Dos 50 profissionais do setor mortos nesta guerra, 45 tinham nacionalidade palestina, quatro eram israelenses e um libanês. Para além desta meia centena, outros 11 jornalistas registram ferimentos, três estão desaparecidos e 18 foram detidos.

Há também relatos de ataques, ameaças, censura e assassinato de familiares de vários jornalistas. O número supera o de todo o ano de 2022.

O comitê alerta que os jornalistas em Gaza enfrentam riscos particularmente elevados enquanto tentam cobrir a incursão israelense, que inclui “ataques aéreos devastadores, quebra nas comunicações, escassez de bens e falhas de energia”.

“O Comitê para a Proteção dos Jornalistas enfatiza que os jornalistas e civis estão a fazer um trabalho importante em tempo de crise e que não podem ser alvo de nenhuma das partes”, informou a entidade. “Jornalistas em toda a região estão fazendo enormes sacrifícios para cobrir este conflito devastador”.

Ameaças

“Em Gaza, em particular, eles sofreram e continuam a sofrer um número de mortes sem precedentes e enfrentam crescentes ameaças. Muitos perderam colegas, famílias e locais de trabalho, acabando por fugir em busca de segurança quando não existe uma saída segura”, lamenta o comitê.

A meia centena de mortes registradas só neste conflito contrasta com os 42 óbitos de jornalistas em todo o mundo em 2022, número que inclui 15 mortos durante a guerra na Ucrânia.

O número ultrapassa também o de jornalistas mortos no pico da guerra civil na Síria – 30 -, até há pouco tempo considerado o mais fatal cenário de guerra para estes profissionais em tempos recentes.


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