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Brasil

Presidente do BNDES defende investimentos na região da Amazônia para atrair capital estrangeiro

Mercadante disse que a proposta estudada dentro do órgão é chegar a R$ 100 bilhões para financiar a Amazônia na “Coalizão Verde”, que tem o objetivo de reduzir impactos da mudança climática.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Aloízio Mercadante, defendeu investimentos na Amazônia para aliar desenvolvimento regional, atração de investimento estrangeiro e proteção do bioma. Em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado, ele destacou o crescimento na demanda de crédito e desembolso do BNDES na região.

“Tivemos um crescimento de 204% na demanda de crédito na região da Amazônia legal. As aprovações cresceram 40% e o desembolso aumentou 20% na média nacional e 20% na região da Amazônia”, declarou Mercadante. “Em 2021, foram R$ 5,9 bilhões de desembolso para as empresas do BNDES na região da Amazônia legal. Em 2022, ano eleitoral, foram R$ 8 bilhões. Esse ano, até setembro, nós já liberamos R$ 10 bilhões”, complementou.

Mercadante destacou investimentos no Pará com foco na COP 30. “Já anunciamos para os governos dos estados da Amazônia R$ 6 bilhões. No caso do Pará, R$ 3,2 bilhões já foram aprovados que é a preparação da COP. O que nós estamos financiando são projetos estruturantes que vão deixar legado. Não estamos financiando evento, isso não é responsabilidade do BNDES”, pontuou. “O que nós temos mais urgência é criar uma linha de financiamento para hotelaria e gastronomia porque nós vamos ter um fluxo”, acrescentou.

O presidente do BNDES falou também sobre a coalizão verde que tem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Mundial e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), trabalhando junto com os bancos regionais dos países da região da Amazônia.

“Temos hoje 20 bancos articulados na coalizão verde. Vamos fazer uma série de anúncios na COP 28 em Abu Dhabi. Os três bancos trabalhando junto com os 17 bancos regionais de todos os países da Amazônia para a gente criar programas inovadores para fortalecer o bioma, estimular a bioeconomia, reduzir as desigualdades na região, financiar infraestrutura. A demanda por infraestrutura na Amazônia está muito forte no banco”, afirmou.

Mercadante defendeu que os investimentos em bioeconomia na região serão decisivos para atrair capital estrangeiro. “A outra linha decisiva é impulsionar a bioeconomia. Porque qual é a contrapartida que o mundo poderá dar ao Brasil em função dessa mudança de percepção da crise climática?”, questionou.

Ele anunciou que o BNDES aprovou um fundo para financiar empresas com foco em bioeconomia. “Criamos um fundo específico para financiar pequenas empresas, empresas em desenvolvimento, para bioeconomia”, afirmou.

Ele agradeceu aos parlamentares pela aprovação da taxa referencial fixada em 2% para projetos voltados para inovação tecnológica e afirmou que os recursos do Fundo Clima terão um acréscimo significativo em 2024.

“É uma taxa referencial de juros que é de 2% para inovação. Porque inovação é risco. Se você não tiver uma taxa de juros diferenciada, o empresário não vai desenvolver um novo processo”, afirmou. “O fundo clima também tem taxas diferenciadas de juros, em torno de 6,15% ao ano. Esse ano é mais ou menos R$ 1 bilhão, é basicamente resultado dos royalties do petróleo. Mas ano que vem nós vamos ter R$ 10 bilhões a mais pro fundo clima. Com a TR e o fundo clima nós vamos melhorar as condições de financiamento”, complementou.

Mercadante também disse que a proposta estudada dentro do órgão é chegar a R$ 100 bilhões para financiar a Amazônia na “Coalizão Verde”, que tem o objetivo de reduzir impactos da mudança climática. Ele não especificou como chegará a esse valor para o financiamento. O banco ainda trabalha no aprimoramento da coalizão e novos anúncios referentes ao grupo devem ser feitos na COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O encontro será no final de novembro.


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